Brasil

Polícia Federal vai atrás de suposto operador de Eliseu Padilha

Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, conhecido como Tonico, teria recebido R$ 1 milhão para o ministro da Casa Civil, sob o codinome "Angorá"

Eliseu Padilha: o ministro negou qualquer relacionamento (Adriano Machado/Reuters)

Eliseu Padilha: o ministro negou qualquer relacionamento (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2018 às 10h19.

São Paulo - A Operação Câmbio, Desligo, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 3, agiu contra Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, conhecido como Tonico, em Porto Alegre. Ele já havia sido alvo da 23ª fase da Lava Jato, a "Xepa", mas foi liberado ao fim do período da prisão temporária.

Albernaz teria recebido R$ 1 milhão para o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, sob o codinome "Angorá", segundo delação de Cláudio Melo Filho. No mesmo depoimento, ele cita que a Odebrecht teria efetuado o repasse de outra parte do valor acordado por meio da entrega no escritório do advogado José Yunes, amigo de Michel Temer.

"No caso em concreto o codinome utilizado pelo setor de operações estruturadas para definir Eliseu Padilha nesta operação financeira foi "Angorá".

A título de informação, que reforça a relação de representação entre Eliseu Padilha e Moreira Franco, este último tem o apelido de Gato Angorá", diz o delator na página 53 do anexo sobre o pagamento dos R$ 4 milhões para Padilha.

O ministro Eliseu Padilha negou qualquer relacionamento. "Não fui candidato em 2014. Nunca tratei de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja. A acusação é uma mentira! Tenho certeza que no final isto restará comprovado", explicou Padilha na época.

Como parte da Operação Lava Jato, a Câmbio, Desligo tem como objetivo desarticular organização criminosa especializada na prática de crimes financeiros e evasão de divisas, responsável por complexa estrutura de lavagem de dinheiro transnacional, ocultação e ocultação de divisas.

São cumpridas 43 ordens de prisão preventiva no Brasil e mais seis no exterior, além de quatro mandatos de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão.

A delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, resultou na operação. Ambos trabalhavam em esquema que envolvia o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) e revelaram a existência de um sistema chamado Bank Drop, composto por 3 mil offshores em 52 países, e que movimentava US$ 1,6 bilhão. O principal alvo é Dario Messer, o "doleiro dos doleiros".

Esta é a maior ofensiva já desfechada no País contra o mundo dos doleiros. Os maiores operadores do câmbio negro estão sendo presos. Nomes históricos, alguns até então intocáveis, são alvo de mandado de prisão, como a família Matalon, Marco Antônio Cursini, os irmãos Rzezinski e Chaaya Moghrabi.

Acompanhe tudo sobre:Eliseu PadilhaMinistério da Casa CivilOperação Lava JatoPolícia Federal

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil