São Paulo - Da extensa lista de poluentes atmosféricos relacionados ao trânsito pesado na Grande São Paulo, um em especial tem acionado o sinal de alerta dos orgãos ambientais: o ozônio.
	Em 2014, os paulistas ficaram mais de um mês - exatos 43 dias (12,1% dos dias do ano), respirando o poluente em níveis inadequados, acima do padrão diário de 140 microgramas por metro cúbico (µg/m3). É um dos piores índices dos últimos dez anos.
	Detalhe: em cinco dias o nível de atenção, considerado de qualidade "péssima" (acima de 400 µg/m3) foi atingido.
	Os dados constam no  Plano de Controle de Poluição Veicular 2014-2016, aprovado em dezembro do ano passado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente e no Relatório de Qualidade do Ar de 2014. 
	Reprodução/Cetesb
	Ameaça imperceptível a olho nu, o ozônio não é emitido diretamente no ar, mas resulta de uma reação química, na presença da luz solar, envolvendo substâncias primárias como o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, como os hidrocarbonetos, poluentes liberados principalmente por automóveis.   
	Seus impactos na saúde incluem agravamento de crises de asmas, rinites, sinusites, amidalites e bronquites. No meio ambiente, o ozônio em altas concentrações pode provocar danos às colheitas, à vegetação natural, plantações agrícolas e plantas ornamentais.
	Para alcançar a meta de ozônio considerada segura pelos padrões de qualidade, a Região Metropolitana de São Paulo  precisa reduzir a emissão da sua frota de automóveis. Na prática, seria necessário cortar cerca de 3,3 milhões de viagens por dia (26% do total de viagens) segundo cálculos do Plano de Controle de Poluição.
	Veja abaixo um quadro ilustrativo dos principais episódios de altas concentrações de ozônio ocorridos em 2014 no Estado:
	Reprodução/Cetesb
	Uma das justificativas para o aumento da poluição por ozônio em 2014, segundo o relatório, foram as condições meteorológicas, como ausência de chuvas e maior incidência de radiação solar durante a primavera e o verão, que propiciaram condições para a formação de altas concentrações deste poluente. 
	O aumento da frota também contribui para a piora da qualidade do ar. Apenas na capital, 186 mil carros e 45 mil motos foram acrescentados à frota em 2014, segundo o Detran. 
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                    1. Ar que mata
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                    1/24  (Montagem) 	São Paulo – O quão poluído é o ar da sua cidade? Estudo feito pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade mostra que a má qualidade do ar foi responsável por quase 100 mil mortes no Estado de São Paulo entre 2066 e 2011. Os veículos são os maiores vilões, respondendo por 90% da poluição. E quanto maior a lentidão do trânsito, mais letal se torna o ar. O perigo, porém, nem sempre é visível.	Trata-se das micropartículas de poeira, conhecidas como PM2,5. Medindo apenas 0,0025mm, elas resultam da combustão incompleta de combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores, e formam, por exemplo, a fuligem preta em paredes de túneis.	Em 2011 [data de observação mais recente], a média para os municípios foi de 25 μg/m3, mais que o dobro dos 10 μg/m3 , preconizado pela Organização Mundial da Saúde. O resultado? Pessoas doentes e gastos públicos elevados com saúde. Veja a seguir quais são as cidades mais poluídas do Estado e quanto isso custa para a saúde. 
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                    2. Cubatão
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                    2/24  (Fernando Cavalcanti) 	Média anual de PM2,5: 39,79	Mortes atribuíveis à poluição: 99	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 352	Gasto público devido às internações: R$611.575 
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                    3. Osasco
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                    3/24  (Chadner/ Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 30,03	Mortes atribuíveis à poluição: 428	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 1.267	Gasto público devido às internações: R$ 2.233.844 
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                    4. Araçatuba
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                    4/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 28,76	Mortes atribuíveis à poluição: 110	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 417	Gasto público devido às internações: R$874.816 
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                    5. Paulínia
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                    5/24  (Júlio Boaro/Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 24,70	Mortes atribuíveis à poluição: 29 	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 131	Gasto público devido às internações: R$ 215.685 
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                    6. Santos
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                    6/24  (Nelson Almeida/AFP) 	Média anual de PM2,5: 23,89	Mortes atribuíveis à poluição: 301	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 609	Gasto público devido às internações: R$1.027.849 
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                    7. São José do Rio Preto
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                    7/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 23,41	Mortes atribuíveis à poluição: 213	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 1.296	Gasto público devido às internações: R$ 2.436.021 
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                    8. Taboão da Serra
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                    8/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 22,52	Mortes atribuíveis à poluição: 86	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 357	Gasto público devido às internações: R$ 538.072	  
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                    9. Mauá
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                    9/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 22,41	Mortes atribuíveis à poluição: 140	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 423	Gasto público devido às internações: R$ 601.711 
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                    10. Americana
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                    10/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 22,16	Mortes atribuíveis à poluição: 89	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 249	Gasto público devido às internações: R$ 435.208	*internações na Rede Pública de Saúde 
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                    11. Piracicaba
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                    11/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 22,02	Mortes atribuíveis à poluição: 137	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 448	Gasto público devido às internações: R$1.226.072 
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                    12. Diadema
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                    12/24  (Creative Commons) 	Média anual de PM2,5: 21,34	Mortes atribuíveis à poluição: 115	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 630	Gasto público devido às internações: R$900.485 
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                    13. Bauru
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                    13/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 20,70	Mortes atribuíveis à poluição: 141	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 378	Gasto público com internações: R$ 898.292 
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                    14. Araraquara
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                    14/24  (Yuri Sabino/Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 20,65	Mortes atribuíveis à poluição: 94	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 206	Gasto público devido às internações: R$445.645 
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                    15. Catanduva
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                    15/24  (Wikimedia Commons/Reprodução) 	Média anual de PM2,5: 20,64	Mortes atribuíveis à poluição: 52	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 206	Gasto público devido às internações: R$410.081 
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                    16. Sorocaba
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                    16/24  (foto/Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 20,20	Mortes atribuíveis à poluição: 186	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 779	Gasto público devido às internações: R$ 946.210 
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                    17. Campinas
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                    17/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 19,94	Mortes atribuíveis à poluição: 350	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 887	Gasto público devido às internações: R$1.884.181 
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                    18. Ribeirão Preto
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                    18/24  (Wikipedia) 	Média anual de PM2,5: 19,44	Mortes atribuíveis à poluição: 191	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 639	Gasto público devido às internações: R$1.459.153 
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                    19. Jundiaí
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                    19/24  (.) 	Média anual de PM2,5: 18,74	Mortes atribuíveis à poluição: 123	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 404	Gasto público devido às internações: R$ 674.185 
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                    20. Tatuí
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                    20/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 15,55	Mortes atribuíveis à poluição: 23	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 87	Gasto público devido às internações: R$ 118.300 
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                    21. Jacareí
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                    21/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 15,33	Mortes atribuíveis à poluição: 31	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 168	Gasto público devido às internações: R$213.782 
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                    22. Marília
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                    22/24  (Filipe Mesquita de Oliveira/Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 13,96	Mortes atribuíveis à poluição: 30	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 109	Gasto público devido às internações: R$ 227.752 
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                    23. Presidente Prudente
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                    23/24  (Wikimedia Commons) 	Média anual de PM2,5: 13,39	Mortes atribuíveis à poluição: 25	Internações por doenças atribuíveis à poluição: 110	Gasto público devido às internações: R$185.954 
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                    24. Sentença severa
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                    24/24  (Getty Images)