Brasil

Presidente do sindicato: situação em carceragens é caótica

De acordo com Sipesp, as oito carceragens existentes nas delegacias da cidade de São Paulo estão com excesso de presos devido à greve dos agentes penitenciários


	Cadeia: 2º Distrito Policial, no Bom Retiro está com 150 detentos, quando a capacidade é 25, segundo informações do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo (Sipesp)
 (Shad Gross/stock.XCHNG)

Cadeia: 2º Distrito Policial, no Bom Retiro está com 150 detentos, quando a capacidade é 25, segundo informações do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo (Sipesp) (Shad Gross/stock.XCHNG)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 13h55.

São Paulo - O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo (Sindpesp), George Melão, avaliou como caótica a situação de superlotação das oito delegacias da capital que têm carceragem. Com a greve dos agentes penitenciários, os presos não estão sendo transferidos para os centros de detenção provisória, uma vez que as atividades consideradas não essenciais, como o transporte de presos, estão paralisadas.

O 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, por exemplo, está com 150 detentos, quando a capacidade é 25, segundo informações do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo (Sipesp).

“As delegacias não estão estruturadas para suportar a permanência de presos. São unidades de trânsito que devem abrigar o preso temporariamente até que sejam providenciados os documentos necessários à transferência”, explicou Melão. Ele aponta que o tempo máximo de permanência não deveria ultrapassar três dias. “Antes da greve, esse trânsito ocorria normalmente. A cada dia chegam mais presos e os policiais civis estão impedidos de desenvolver a sua atribuição normal, que é investigar e realizar atos de polícia judiciária”, avaliou.

George Melão alerta para os riscos de fuga em massa. “A administração reforçou a vigilância nesse sentido, destacando algumas viaturas para ficarem à disposição desses distritos policiais que abrigam presos, mas o risco é premente”, apontou. Ele não vê uma forma imediata de resolver a questão, a não ser a abertura de negociação do governo com os agentes penitenciários. “É preciso que haja negociação efetiva. Não é possível dizer que vai apresentar uma proposta somente com o encerramento da greve. Não há como suportar essa situação nas delegacias”, declarou.

De acordo com o Sipesp, as oito carceragens existentes nas delegacias do município estão com excesso de presos. No bairro Vila Penteado, na zona norte, o espaço para 20 pessoas abriga 50 detentos. Na Vila Carrão e em São Mateus, zona leste, as delegacias estão com 60 e 65 presos, respectivamente, quando a capacidade em cada uma delas é 25 pessoas. Na capital, existem 93 distritos policiais.

O último balanço do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) revela que houve uma redução na adesão dos servidores à greve. No momento, 85% das unidades prisionais estão paralisadas. Esse percentual corresponde a 134 unidades, do total de 158 no estado. Dos cerca de 30 mil agentes penitenciários, 25,5 mil aderiram ao movimento grevista, segundo o sindicato.

A categoria reivindica, entre outras melhorias, a concessão de reajuste salarial de 20,64%, para repor perdas com a inflação acumulada de 2007 a 2012, além de 5% de aumento real. Durante a greve, estão mantidas apenas atividades consideradas essenciais, como o transporte de presos em caso de urgência médica, a alimentação, o banho de sol e o cumprimento de alvará de soltura.

A Secretaria da Segurança Pública informou, por meio de nota, que, por questões de segurança, números de presos e lotação não são informados. O órgão disse ainda que a secretaria e a Polícia Civil trabalham de maneira integrada com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) para evitar maiores problemas.

Acompanhe tudo sobre:GrevesPolícia CivilPrisõesSindicatos

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU