Brasil

Presos na Lava Jato desobedecem regras e ficam sem banho

Motivo da punição foram dois desentendimentos entre presos e agentes penitenciários. Executivos estão detidos desde novembro na carceragem da PF em Curitiba.


	Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 13h54.

São Paulo – Depois de quase três meses na prisão, executivos de grandes empreiteiras detidos na Operação Lava Jato enfrentam problemas na carceragem. De acordo com a coluna de Lauro Jardim, publicada em Veja.com, eles agora estão proibidos de tomar banho aos fins de semana e não podem mais ter acesso a jornais e revistas nas celas.

O motivo da punição foram dois desentendimentos entre presos e agentes penitenciários. Os executivos estão detidos desde novembro na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Segundo a coluna, o primeiro episódio envolveu Ricardo Pessoa, da UTC. Pessoa teria descumprido a regra de não usar papel e caneta em conversas com visitantes. Para advogados dos executivos, a Polícia Federal proíbe as mensagens escritas porque tem a intenção de grampear os presos.

O segundo desentendimento envolveu Gerson Almada, vice-presidente da Engevix. Almada teria discutido com um agente penitenciário depois que este não lhe entregou uma carta escrita por sua mulher.

Os conflitos mostram que tem aumentado a tensão entre os presos na carceragem da PF em Curitiba. Lá, presidentes, vice-presidentes e diretores de algumas das maiores empreiteiras do país são obrigados a dormir no chão, por falta de camas para todos.

Também estão proibidos cigarros e refeições vindas de fora. A exceção são biscoitos, chocolates e outros produtos em embalagens fechadas. A única bebida autorizada é água. Os executivos aproveitam a brecha para encomendar chocolate belga e água da marca francesa Evian.

A sétima fase da Operação Lava Jato levou para a cadeia executivos de empreiteiras suspeitas de formação de cartel e lavagem de dinheiro. Os presos são suspeitos de integrar um grupo formado para fraudar licitações da Petrobras.

Quase três meses após a prisão dos executivos, as investigações sobre o esquema de corrupção envolvendo a Petrobras continuam. A Operação Lava Jato já está em sua nona fase.

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoPolícia Federal

Mais de Brasil

Brasil pode convencer outros países pelo exemplo ambiental, diz ministra da Ciência

CNH sem autoescola vai sair neste mês, diz ministro dos Transportes

PL Antifacção: Derrite muda parecer e governo tenta evitar derrota

Ministro das Cidades quer dinheiro de Brics e UE em fundo para municípios