Brasil

Procurador da Lava Jato defende divulgar delações da Odebrecht

Ele disse ainda que o método de colaboração premiada tem sido essencial no processo de investigação de atos ilícitos no Brasil

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da operação Lava Jato (Heuler Andrey/Reuters)

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da operação Lava Jato (Heuler Andrey/Reuters)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 11h16.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2017 às 11h56.

São Paulo – O procurador da República e um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, defendeu o fim do sigilo das delações de executivos da Odebrecht.

“Vivemos em um país em que somos reféns da violência e da corrupção. Talvez, seja até melhor levantar o sigilo para todos saberem quais são os fatos revelados”, afirmou em palestra realizada pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) nesta quinta-feira (9).

Ele disse ainda que o método de colaboração premiada tem sido essencial no processo de investigação de atos ilícitos no Brasil. “Não é totalmente moral, mas, ainda assim, é eficaz”, disse.

De acordo com Lima, a força-tarefa da operação trabalha com o princípio do "pescoço na guilhotina". "A nossa garantia é manter a pessoa com a corda no pescoço durante um período probatório. Ou seja, se ela cometer um novo crime ela perde todos os benefícios celebrados no momento do acordo", diz.

À plateia de empresários e pessoas ligadas ao setor de compliance, o procurador também ressaltou a reação excessiva dos políticos brasileiros em relação aos depoimentos dos executivos da empreiteira. "Muitos políticos não sabem se estão na lista e estão reagindo excessivamente. Pode ser que eles nem estejam lá", afirmou. "Estamos em um ambiente perverso".

 

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoCrise políticaOperação Lava Jato

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU