Brasil

PSOL avalia Boulos, líder do MTST, para a Presidência

O nome do líder do MTST passou a ser defendido na legenda após o deputado Chico Alencar declinar a possibilidade de disputar

Guilherme Boulos: a pré-candidatura de Boulos já enfrenta resistências dentro da legenda (Facebook/Reprodução)

Guilherme Boulos: a pré-candidatura de Boulos já enfrenta resistências dentro da legenda (Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2017 às 09h27.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 18h07.

São Paulo - O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (sem partido), entrou na mira do PSOL para disputar a Presidência da República nas eleições do próximo ano.

Após o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) declinar da possibilidade de disputar o Palácio do Planalto, lideranças do partido que evitavam falar abertamente no nome de Boulos por respeito ao parlamentar passaram a defender o líder dos sem-teto como representante da sigla na disputa de 2018.

Depois de três meses de consultas e avaliações, Alencar anunciou anteontem que não vai disputar a Presidência - ele prefere se candidatar a senador pelo Rio.

"O PSOL vai fazer uma sinalização em direção ao Boulos. Ele tem posições ideológicas e programáticas bastante próximas do partido e agora devemos convidá-lo para uma reunião da direção", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Em entrevista na terça-feira, 17, à TV Estadão Boulos evitou o assunto, mas não admitiu nem descartou a possibilidade de se candidatar pelo PSOL. "Nesse momento estou focado em ajudar a organizar o processo de resistência ao desmonte do governo (Michel) Temer em relação aos direitos sociais, fazendo mobilizações como, por exemplo, a ocupação em São Bernardo do Campo e também em um debate mais amplo de projeto para o País", disse.

Desde o fim de julho, Boulos tem se dedicado ao Vamos!, uma plataforma inspirada no Podemos, da Espanha, e a Geringonça, de Portugal. O grupo reúne setores do PT, PSOL e PC do B, além de militantes de organizações de esquerda não partidárias para a discussão de um programa para 2018.

Líderes da esquerda, até mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viram na iniciativa uma tentativa de criar um caminho alternativo para a esquerda desgastada com as denúncias de corrupção envolvendo o PT e com a queda da presidente cassada Dilma Rousseff.

Boulos, que é admirador declarado do Podemos espanhol, negou que o objetivo do Vamos! seja eleitoral. No início de novembro, o Vamos! vai trazer ao Brasil a socióloga Marisa Matias, candidata derrotada à presidência de Portugal pelo Bloco de Esquerda, o sociólogo Boaventura de Souza Santos, entusiasta da Geringonça, e o secretário de Movimentos Sociais do Podemos, Rafa Maioral.

Anti-Bolsonaro

Na entrevista à TV Estadão, Boulos fez duras críticas à provável candidatura do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à Presidência, representante da extrema-direita na corrida eleitoral do próximo ano.

Segundo Valente, é natural que o candidato do PSOL polarize com Bolsonaro.

De acordo com Valente, o objetivo do PSOL ao buscar Boulos é ampliar o alcance eleitoral do partido para outros setores da esquerda e deverá fazer exigências caso ele aceite o convite. "A possibilidade de filiação dele é uma opção política e partidária e vai exigir compromissos de longo e médio prazos", disse.

O PSOL não quer esperar a definição sobre a candidatura de Lula e deve cobrar de Boulos uma resposta até no máximo o início de 2018. Embora parlamentares do PSOL digam que a maioria do partido apoia a filiação do líder dos sem-teto, a pré-candidatura de Boulos já enfrenta resistências. "Boulos atua no espectro do PT. Não amplia para o PSOL e nos coloca em uma situação ambígua", disse o professor universitário Nildo Ouriques, que se apresentou como pré-candidato do PSOL para 2018.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:PolíticaEleiçõesPSOL – Partido Socialismo e LiberdadeGuilherme Boulos

Mais de Brasil

Prejuízos em cidade destruída por tornado no PR passam de R$ 114 milhões

Moraes suspende inquérito sobre remoção de corpos após megaoperação no Rio

PF diz que sofrerá restrições 'significativas' com relatório de Derrite do PL antifacção

Governo do PR coloca presos para reconstruir escolas atingidas por tornado