Senador Humberto Costa (PE) foi escolhido para substituir Gleisi Hoffmann (Moreira Mariz/Agência Senado)
Agência de notícias
Publicado em 7 de março de 2025 às 14h03.
Última atualização em 7 de março de 2025 às 14h05.
O senador Humberto Costa (PE) foi escolhido para substituir Gleisi Hoffmann, nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, na presidência do PT. A sua indicação para o mandato-tampão, até 6 de julho, foi confirmada em reunião na sede do partido, em Brasília, nesta sexta-feira, 7. A permanência dele até esta data, entretanto, ainda tem que ser ratificada em uma reunião do diretório nacional do partido. Ao fim do encontro, Costa afirmou que sua intenção é ocupar o cargo de forma interina, mas não descartou a possibilidade de se candidatar para comandar a sigla por mais tempo.
Em julho, o PT realizará eleições para a escolha de seu novo presidente. O ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva é o nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ficar com o posto.
Integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), principal ala interna do PT, alimentam a esperança de que Humberto Costa use o mandato-tampão para se viabilizar na eleição interna.
"A minha interinidade será até a eleição direta. Houve dentro da CNB uma unanimidade à minha indicação. A minha ideia é um mandato-tampão, ser interino, até para que possa cumprir a responsabilidade de conduzir o processo de eleição interna. Poder ser candidato à frente, eu posso, mas tenho outras responsabilidades dentro e fora do Senado", afirmou o parlamentar após o fim da reunião.
A corrente Movimento PT, segundo maior grupo interno da sigla, referendou a escolha da CNB, o que foi suficiente para garantir Costa como presidente interino. Por ter sido escolhida por Lula para a Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi é obrigada a deixar a presidência do PT. Tanto normas estabelecidas pela Comissão de Ética da Presidência como o estatuto do partido a impedem de permanecer no cargo.
Mesmo próximo ao presidente Lula, Edinho ainda sofre resistências em setores do partido. A avaliação é que apenas um apoio explícito do presidente da República pode mudar o quadro. Os críticos do ex-prefeito de Araraquara dizem que ele não conseguiu eleger sua sucessora na eleição municipal do ano passado.
Mesmo diante das resistências, Edinho tem viajado pelo país para se articular. O preferido de Lula defende que o partido deixe de lado a polarização com Jair Bolsonaro (PL), um discurso rejeitado por Gleisi Hoffmann, que vê o embate como inevitável.