Lula e Putin: presidentes conversam ao telefone sobre fim da guerra na Ucrânia e relações com os EUA (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 18 de agosto de 2025 às 10h52.
Última atualização em 18 de agosto de 2025 às 10h55.
Três dias após a reunião de Vladimir Putin com Donald Trump, no Alasca, o presidente russo conversou por telefone com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira, 18.
Na ligação de cerca de 30 minutos, Putin compartilhou informações sobre a reunião com Trump, que avaliou como positiva. O presidente russo também reconheceu o envolvimento do Brasil com o Grupo de Amigos da Paz, iniciativa conjunta com a China.
Lula agradeceu o telefonema e reafirmou o apoio do Brasil a todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Desejou também sucesso às continuadas negociações.
Antes da conversa desta segunda-feira, o presidente brasileiro havia ligado para Putin há duas semanas para falar das tratativas com os EUA e sobre o fim da guerra na Ucrânia. Na ligação, que durou cerca de 40 minutos, o presidente russo compartilhou informações a respeito de suas discussões em curso com os Estados Unidos e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia.
Putin e Lula também falaram sobre a cooperação entre ambos os países no âmbito do Brics.
O enviado especial para o Oriente Médio dos Estados Unidos, Steve Witkoff, disse neste domingo, 17, que os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin concordaram, após encontro no Alasca, que os EUA poderiam oferecer garantias de segurança à Ucrânia. Ele também afirmou que a Rússia fez concessões sobre regiões ucranianas em disputa na guerra.
Witkoff é um dos principais assessores de Trump para assuntos internacionais.
“Chegamos a um acordo de que os EUA e outras nações poderiam efetivamente oferecer à Ucrânia uma linguagem semelhante ao Artigo 5,” disse Witkoff no programa State of the Union, da CNN, referindo-se à disposição da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que diz que se um aliado for atacado, isso é considerado um ataque a todos os Estados-membros da organização.
Witkoff afirmou que o entendimento não incluiu o ingresso da Ucrânia na aliança militar, objetivo antigo do governo de Volodymyr Zelenskiy. “Putin diz que o ponto de atenção é a admissão na OTAN”, declarou.
Segundo Witkoff, Moscou fez "algumas concessões" em relação a cinco regiões ucranianas importantes na guerra entre Rússia e Ucrânia.
"Os russos fizeram algumas concessões na mesa de negociações em relação às cinco regiões", disse Steve Witkoff à CNN, aparentemente se referindo a Donetsk, Luhansk, Kherson, Zaporizhzhia e Crimeia.
Segundo ele, a Rússia chegou à reunião exigindo que a Ucrânia cedesse os territórios tomados durante a guerra iniciada há três anos.