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Quase 3 milhões de hectares de terras indígenas do Cerrado foram queimados de janeiro a setembro

Das 93 terras indígenas do Cerrado, 63 (cerca de 67%) tiveram aumento de sua área queimada nos primeiros nove meses do ano, quando comparado ao mesmo período de 2019 a 2023

Fogo em Terras Indígenas do Cerrado Atinge 2,8 Milhões de Hectares até Setembro de 2024 (Jonne Roriz/Getty Images)

Fogo em Terras Indígenas do Cerrado Atinge 2,8 Milhões de Hectares até Setembro de 2024 (Jonne Roriz/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 25 de outubro de 2024 às 10h48.

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Entre janeiro e setembro, 63 das 93 terras indígenas do Cerrado registraram aumento nas áreas queimadas, atingindo mais de 2,8 milhões de hectares, 105% a mais que em 2023, segundo o Ipam e o Mapbiomas.

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) indicam que as terras indígenas estão entre as áreas mais conservadas do Brasil. A diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar, alerta que o avanço das queimadas fora do período controlado ameaça o Cerrado, destacando a importância da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Esta política busca fortalecer comunidades e práticas culturais, evitando incêndios catastróficos.

O Mato Grosso do Sul e o Mato Grosso são os estados mais afetados, com destaque para a Terra Indígena Rancho Jacaré (MS), que teve o maior crescimento de área queimada, chegando a 158.354%. Amambai (RS) e Parque do Aripuanã (MS) também registraram aumentos significativos, de 10.710% e 5.202%, respectivamente.

Impacto das queimadas no Cerrado

As queimadas em terras indígenas são, em parte, resultado de estratégias de controle, como a queima prescrita, realizada para reduzir o acúmulo de matéria orgânica. No entanto, algumas áreas sofreram danos significativos: a TI Pimentel Barbosa foi a mais atingida, com 69,28% de seus 329.119 hectares queimados. Parabubure (MT) e Areões (MT) também estão entre as mais afetadas, com 67,84% e 64,91% de suas áreas queimadas, respectivamente.

O Parque do Araguaia (TO) teve a maior área queimada, com mais de 638 mil hectares, seguido por Paresi (MT) e Inawebohona (TO), com 249.508 e 236.680 hectares queimados, respectivamente.

Os pesquisadores recomendam intensificar o apoio aos órgãos ambientais, além de promover treinamento, equipamentos e formação de brigadas para comunidades tradicionais e indígenas, que possuem conhecimento ancestral sobre o uso controlado do fogo.

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