Brasil

Reestruturação do hospital do Fundão prevê 516 leitos

As ações propostas para a melhoria da gestão incluem abertura de 266 leitos e a contratação de 1.416 novos funcionários


	8. Universidade Federal do Rio de Janeiro  (UFRJ): a instituição recebeu o plano de reestruturação feito pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para o hospital do Fundão
 (Wikimedia Commons)

8. Universidade Federal do Rio de Janeiro  (UFRJ): a instituição recebeu o plano de reestruturação feito pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para o hospital do Fundão (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 08h38.

Rio de Janeiro - Após dois meses de avaliação, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebeu o plano de reestruturação elaborado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), do Ministério da Educação (MEC), para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), localizado na Ilha do Fundão. Caberá, porém, ao Conselho Universitário (Consuni), órgão máximo de função normativa, deliberativa e de planejamento da instituição, decidir se a UFRJ deve aderir à empresa.

O Hospital Clementino Fraga Filho tem atualmente 242 leitos ativos, de acordo com a assessoria de imprensa da unidade. As ações propostas para a melhoria da gestão incluem a abertura de mais 266 leitos, chegando a 516 no total, e a contratação de 1.416 novos funcionários para todas as áreas.

O atendimento atual do hospital chega a cerca de 1,2 mil pacientes e 30 cirurgias por dia. Em maio, foram feitos também dois transplantes de fígado.

De acordo com o plano apresentado, serão ativados nove dos 17 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) de adultos do HUCFF e abertos 48 novos leitos de UTI, totalizando 74. O hospital tem dois leitos de saúde mental e a proposta é elevar esse número para 13, de modo a atender a pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, informou a assessoria.

O quadro efetivo do hospital é formado por 2.579 funcionários. Mais 706 que trabalham sem vínculo com a instituição dependem de concurso para entrar.


A Ebserh destacou que a principal ação imediata que o plano trará aos hospitais universitários é a recomposição da força de trabalho, por meio de concurso público, para a ampliação dos serviços prestados à população e a reativação de leitos fechados em função da falta de pessoal.

Na avaliação do hospital, além de investimentos imediatos em obras de infraestrutura, revisão de contratos e de orçamentos, a abertura do concurso público é fundamental. Circulam diariamente no hospital do Fundão 2.359 alunos de graduação, 347 residentes de 48 especialidades médicas e multidisciplinares, 550 alunos de pós-graduação e 3.285 funcionários.

Levantamento feito pela Ebserh mostrou que 10% dos leitos dos 46 hospitais universitários vinculados a 32 universidades federais estão inativos no momento, devido à falta de pessoal.

Até agora, 33 hospitais de 22 universidades já manifestaram a disposição de aderir à nova empresa do MEC, criada no ano passado, responsável pela coordenação do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf).

A decisão resulta na elaboração do plano de reestruturação e no dimensionamento de pessoal dos hospitais, etapa inicial da discussão entre a universidade e a empresa. Quando a adesão é formalizada, a universidade assina um contrato com a Ebserh.

Cinco universidades federais já têm contrato assinado, com um hospital cada uma: as do Piauí, Maranhão, de Brasília, do Triângulo Mineiro e do Espírito Santo. As demais se encontram em situação parecida com a da UFRJ, que já manifestou a intenção de aderir e discute, no momento, o plano de reestruturação. A do Piauí, inclusive, já promoveu concurso público para a contratação de pessoal. O edital da Universidade de Brasília (UnB) deve ser publicado nos próximos dias.

O Conselho Universitário da UFRJ criou uma comissão técnica para elaborar outro diagnóstico dos hospitais, com o objetivo de subsidiar os conselheiros na definição de propostas para essas instituições de saúde. Além do Clementino Fraga, a UFRJ administra o Hospital-Escola São Francisco de Assis, o Instituto de Ginecologia, o Instituto de Neurologia Deolindo Couto, o Instituto de Psiquiatria, o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, o Instituto de Doenças do Tórax, que funciona nas dependências do HUCFF e a Maternidade-Escola. A comissão deverá apresentar o resultado do trabalho em 60 dias.


A Ebserh deixou claro que a parceria com a empresa não elimina a autonomia das universidades. Os hospitais universitários continuam subordinados academicamente às universidades e a prestação de serviços de assistência à saúde se mantém integralmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A contratação de funcionários é feita pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o regime característico das empresas públicas, incluindo todos os direitos trabalhistas previstos na lei.

O modelo para a criação da Ebserh foi o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, que já é uma empresa pública.

Em nota encaminhada à Agência Brasil, a reitoria da UFRJ esclareceu que o principal desafio hoje dos hospitais da universidade é a resolução sobre o número de profissionais extraquadro. “Só no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o déficit de profissionais concursados chega a 706 servidores”, diz o texto.

A proposta apresentada pela Ebserh à universidade está em desenvolvimento nas diversas unidades acadêmicas. Foram organizados fóruns de debates, para entendimento da proposta. A reitoria informou que a aprovação do contrato depende do Conselho Universitário, que é composto por oito integrantes da reitoria e 44 conselheiros, entre decanos, professores (titulares, associados, adjuntos e assistentes), servidores técnicos administrativos, alunos e outros representantes da universidade. “Será o Conselho Universitário o órgão de decisão sobre a questão, com sessão prevista para agosto”, diz a nota.

A comissão técnica faz o diagnóstico dos hospitais da UFRJ, para garantir que o Consuni tenha todos os esclarecimentos e informações necessários para a decisão.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEnsino superiorMetrópoles globaisRio de JaneiroSaúde no BrasilUFRJ

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil