Brasil

Reforma política: discussão quente

Num Congresso dividido, a cúpula dos principais partidos concorda num ponto: é a hora de avançar na agenda da Reforma Política. Os nomes dos apoiadores da reforma vão de Vicente Cândido (PT-SP), relator da comissão da Câmara que analisa a proposta, a Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado e Aécio Neves (MG), presidente […]

CONGRESSO: semana será de discussões sobre pontos para lá de polêmicos da Reforma Política  / Luis Macedo / Câmara dos Deputados (Luis Macedo / Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

CONGRESSO: semana será de discussões sobre pontos para lá de polêmicos da Reforma Política / Luis Macedo / Câmara dos Deputados (Luis Macedo / Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2017 às 06h48.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h09.

Num Congresso dividido, a cúpula dos principais partidos concorda num ponto: é a hora de avançar na agenda da Reforma Política. Os nomes dos apoiadores da reforma vão de Vicente Cândido (PT-SP), relator da comissão da Câmara que analisa a proposta, a Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado e Aécio Neves (MG), presidente do PSDB.

A comissão especial criada para discutir a reforma fará, na terça e na quarta, dois seminários sobre o tema. Alguns dos principais pontos discutidos são o financiamento eleitoral, o voto distrital ou em lista, cláusula de barreira e coligações. Entre os convidados estão o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, além de especialistas brasileiros e internacionais.

O tema mais polêmico é a possibilidade do voto por lista. O eleitor escolheria apenas o partido, que teria liberdade para definir a ordem dos nomes prioritários. Defensores dizem que isso reduziria o número de candidatos – 500.000 nas eleições de 2016 – e o custo das campanhas. Mas fica claro que seria uma forma de fortalecer os caciques de cada partido e também uma tentativa de proteção contra as investigações da Lava-Jato. A lista seria a salvação contra a reinante impopularidade.

Além dos nomes enfrentarem rejeição da população, políticos investigados, como Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidentes da Câmara e do Senado, temem ter dificuldades de arrecadação sem a possibilidade de doações empresariais. Há dois anos, ambos defendia a reforma eleitoral para votação por distritos – em que o país seria dividido em regiões de acordo com a população e cada uma elegeria seu representante.

Além do voto por lista, grande parte dos parlamentares é a favor de que as doações empresariais sejam liberadas novamente. Em meio a movimentações por mudanças, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, disse que a reforma deveria ser objeto de consulta pública, por plebiscito ou referendo. Para valer em 2018, a reforma tem que passar até o final de setembro. Vai dar tempo? O governo – e muitos investigados – vão se esforçar para que sim.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU