Brasil

Reforma tributária e novo arcabouço fiscal serão prioridades, diz Pacheco

Reeleito com o apoio da base aliada do governo, Pacheco disse que o Senado será "colaborativo" com o Executivo para avançar em pautas econômicas

Plenário do Senado Federal durante segunda reunião preparatória destinada à eleição do presidente do Senado Federal. 

A eleição é realizada de forma presencial, por escrutínio secreto, de acordo com o Regimento Interno da Casa, que prevê a votação por meio de cédulas em papel inseridas em envelope. Será eleito o candidato que receber a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 votos. 

À tribuna, candidato à reeleição para Presidência do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

Foto: Roque de Sá/Agência Senado (Roque de Sá/Agência Senado)

Plenário do Senado Federal durante segunda reunião preparatória destinada à eleição do presidente do Senado Federal. A eleição é realizada de forma presencial, por escrutínio secreto, de acordo com o Regimento Interno da Casa, que prevê a votação por meio de cédulas em papel inseridas em envelope. Será eleito o candidato que receber a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 votos. À tribuna, candidato à reeleição para Presidência do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foto: Roque de Sá/Agência Senado (Roque de Sá/Agência Senado)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 20h38.

Ao ser reeleito presidente do Senado, nesta quarta-feira, 1, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) citou as pautas prioritárias nos próximos meses, apontou a necessidade de "pacificação do país" e se manifestou pelo fim do que chamou de "polarização tóxica". Após a eleição, em discurso e em entrevista coletiva, Pacheco falou sobre como pretende conduzir os trabalhos do Congresso nos próximos dois anos.

A principal sinalização é de que haverá diálogo com todos os partidos e com o governo para garantir a estabilidade institucional e, consequentemente, o avanço de pautas importantes para o crescimento do país. "A democracia está de pé pelo trabalho de quem se dispôs ao diálogo, e não ao confronto", afirmou Pacheco, após a confirmação da vitória, no plenário, com o apoio de 49 dos 81 senadores.

Além de reforçar o posicionamento firme contra os atos golpistas de 8 de janeiro, Pacheco destacou as pautas econômicas prioritárias nos próximos meses: a reforma tributária e a discussão do novo arcabouço fiscal. Os dois assuntos, segundo ele, são "primordiais e imprescindíveis".

"Temos que colocar na agenda do Senado a reforma tributária de uma maneira definitiva", defendeu Pacheco. Ele também ressaltou a urgência da proposta do governo em relação à regra que substituirá o teto de gastos. "É muito importante que tenhamos limites de gastos públicos e o estabelecimento desses limites de responsabilidade fiscal", afirmou.

Reeleito com o apoio da base aliada do governo, Pacheco garantiu que o Senado será "colaborativo" com o Executivo para viabilizar medidas econômicas "que permitam a volta do crescimento e do desenvolvimento da infraestrutura nacional". Ele garantiu, no entanto, que a atuação será independente, como nos dois anos anteriores. "Vamos contribuir sendo cooperativos, mas jamais sendo subservientes", disse.

Reforma tributária 

Pacheco se comprometeu a "submeter ao crivo do Parlamento" as reformas e outras propostas "imprescindíveis para o desenvolvimento do país". Em relação à reforma tributária, ele disse que conversará com o governo e com líderes partidários em busca de consenso para poder pautar o assunto. 

"Sem a vontade do Executivo, não sai", observou. Duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que simplificam a cobrança de tributos sobre consumo tramitam no Congresso: a PEC 110, no Senado, e a PEC 45, na Câmara. 

Segundo Pacheco, nada impede que o governo envie uma terceira opção para ser analisada pelos parlamentares. "O governo pode fazer uma proposta de reforma nova que simplifique, desburocratize o sistema tributário", disse. 

Pacificação do país

Eleito com 49 votos, oito a mais do que precisava, Pacheco aproveitou o discurso no plenário, após a votação, para cumprimentar o adversário, Rogério Marinho (PL-RN), que teve 32 votos -- boa parte deles, de senadores bolsonaristas. "A essência da democracia deve ser esta: solucionar disputas e conflitos pacificamente", disse o presidente do Senado.

Em vários momentos ao longo do discurso, Pacheco reforçou a ideia de que "o Brasil precisa de pacificação". Os Poderes da República "precisam trabalhar em harmonia, buscando o consenso pelo diálogo", disse. Os interesses do país, segundo ele, "estão além e acima de questões partidárias".

Pacheco ressaltou, no entanto, que "pacificação não significa omissão ou leniência". "Pacificação não é inflamar a população com narrativas inverídicas e com soluções que geram instabilidade institucional. Pacificação não significa se calar diante de atos golpistas", afirmou, citando a invasão dos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro. 

"Acontecimentos como os ocorridos aqui neste Congresso Nacional e na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 não podem, e não vão, se repetir", garantiu Pacheco. Para ele, os brasileiros precisam "voltar a divergir civilizadamente" e a "reconhecer com absoluta sobriedade quando derrotados". 

Nesse sentido, Pacheco apontou a necessidade de se "abandonar o discurso de nós contra eles". Segundo ele, a "polarização tóxica precisa ser erradicada" do país. "O discurso de ódio, o discurso mentiroso, o discurso golpista deve ser desestimulado, desmentido e combatido", afirmou. "O recado que o Senado dá ao Brasil agora é que manteremos a defesa intransigente da democracia."

Pautas sociais

Pacheco afirmou que o Congresso "seguirá produzindo normas em defesa das minorias, contra o racismo, a favor das mulheres". O presidente do Senado se comprometeu com o avanço de pautas de combate à desigualdade social, à fome e aos problemas no meio ambiente. 

"Em 1° de fevereiro de 2021, ao tomar posse como presidente do Senado Federal pela primeira vez, fiz algumas promessas, que considero haver cumprido, como a criação da Liderança da Oposição e da Bancada Feminina, garantindo pluralidade", lembrou.

 

Acompanhe tudo sobre:CongressoGoverno LulaReforma tributáriaRodrigo PachecoSenado

Mais de Brasil

Lula diz que Brasil busca diálogo sobre tarifaço, mas não aceitará imposições de Trump

Senado anuncia grupo que vai aos EUA tentar acordo bilateral contra tarifaço de Trump

Lula participa de congresso da UNE em Goiânia e homenageia estudantes que morreram em acidente