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Relatora vota contra autorização prévia para biografias

Para a ministra, é inconstitucional o entendimento de que é preciso autorização prévia dos biografados para publicação de obras bibliográficas ou audiovisuais


	Para Cármen Lúcia, autorização significa censura prévia
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Para Cármen Lúcia, autorização significa censura prévia (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2015 às 17h59.

São Paulo - A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (10) contra autorização prévia para publicação de biografias não autorizadas.

A ministra é relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel) contra liminares que proíbem o lançamento das biografias. Após o voto de Cármen Lúcia, nove ministros ainda irão proferir seus votos.

Para a ministra, é inconstitucional o entendimento de que é preciso autorização prévia dos biografados para publicação de obras bibliográficas ou audiovisuais.

Segundo ela, o entendimento contrário significa censura prévia. Apesar de garantir a liberdade aos biógrafos, Cármen Lúcia garantiu que reparação material poderá  ser concedida em casos de abusos.

“Não é proibindo, recolhendo obras, impedindo sua circulação, enfim, calando-se, não apenas a palavra do outro, mas amordaçando-se a história, que se consegue cumprir a Constituição”, disse a ministra.

Um dos casos que podem ser influenciados pela decisão do Supremo é a biografia não autorizada do cantor Roberto Carlos. A biografia Roberto Carlos em Detalhes foi escrita por Paulo César de Araújo. Em 2007, 11 mil exemplares foram recolhidos das livrarias após ação ajuizada pelo advogado do cantor.

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