Eduardo Riedel: governador tem sido sondado por algumas siglas que fazem questão de tê-lo em função de sua popularidade no estado e de seu capital político. (Governo do MS/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 3 de junho de 2025 às 06h02.
Última atualização em 3 de junho de 2025 às 06h13.
As próximas semanas serão decisivas para o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB). Na quinta-feira, 5, ele participa do evento que oficializa a fusão de seu atual partido, PSDB, com o Podemos, em Brasília. Na semana seguinte, Riedel deve decidir se permanece ou se muda de sigla, como disseram à EXAME interlocutores ligados ao governador.
O chefe do executivo sul-mato-grossense é disputado pelo PL de Bolsonaro, PP de Ciro Nogueira e Tereza Cristina e PSD de Gilberto Kassab.
Riedel ainda não bateu o martelo e afirma ao seu entorno que permanecerá no PSDB até a convenção oficial da fusão com o Podemos.
Candidato natural à reeleição, Riedel goza de popularidade no estado e é favorito para a disputa em 2026.
Natural do Rio de Janeiro, Riedel é formado em ciências biológicas e mestre em zootecnia. O governador vive no Mato Grosso do Sul desde os 26 anos (hoje tem 55), quando passou a gerir uma propriedade rural da família.
Tanto o Ciro Nogueira quanto a Tereza Cristina dão como certa a ida de Riedel para o PP, mas o governador ainda não tem nada fechado, afirmam auxiliares. Segundo ele, ambos os parlamentares têm trabalhado para que o governador aceite o convite.
O PP é o segundo partido em número de prefeitos no estado (dezesseis) e governa a capital, com Adriane Lopes, aliada da senadora. O PSDB comanda 44 das 79 cidades.
A possível saída de Riedel do PSDB ganhou força desde que Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e atualmente no PSD, deixou o partido, tornando Riedel o último tucano a chefiar um estado. Leite se juntou à Raquel Lyra, que também migrou para o PSD.
A chegada de Leite ao PSD faz o partido contar com quatro chefes do Executivo estadual: Fábio Mitidieri (Sergipe), Ratinho Jr. (Paraná) e Raquel Lyra (Pernambuco).
Com a mudança, tanto Leite quanto Lyra têm servido como interlocutores de Kassab para convencer Riedel a trocar de partido, afirmam interlocutores. Acontece, que eles não estão sozinhos nessa empreitada.
Secretário de Governo e relações institucionais do governo paulista, Kassab decidiu chamar o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para ajudar no convencimento, diz uma fonte.
Freitas, inclusive, se encontrou com Riedel em meados de maio, durante evento em Nova York, e um dos tópicos foi o desembarque do governador do PSDB.
Na disputa pelo governador, o PL corre por fora. Aliados afirmam que as conversas esfriaram após encontro com caciques da sigla na última semana e que perfil mais conciliador e sóbrio do governador não “caberia” com o PL.
Fundado em 1988, durante o período da redemocratização, o PSDB enfrenta uma crise. Em 2018, pela primeira vez desde 1994, o partido deixou de ser uma das duas principais forças nas eleições presidenciais, perdendo espaço para Bolsonaro. O resultado foi a redução da bancada do partido na Câmara dos Deputados, e a diminuição de recursos do fundo partidário.
Em 2022, o PSDB não indicou nenhum nome para concorrer à Presidência da República.
Aliados garantem que a escolha será estratégica, uma vez que o governador tem planos para se reeleger. A ideia é que a nova sigla fortaleça a possível chapa.
Na Assembleia Legislativa estadual, o PSDB tem seis cadeiras, enquanto PP e PL contam com três e duas, respectivamente. O PSD, de Kassab, tem apenas uma cadeira. E, segundo um interlocutor, essa conta pesa para Riedel no planejamento da reeleição.
Levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado em 20 de maio, aponta que, se a eleição para o governo do Mato Grosso do Sul fosse hoje, Riedel venceria com 40,3% dos votos. O atual mandatário é seguido pela senadora Tereza Cristina (PP), com 25,5%.