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Rondônia começa campanha para evitar doenças devido à cheias

Tentativa de conscientização inclui palestras em abrigos e escolas e a distribuição de cartilhas e panfletos


	Ruas de Rondônia alagadas: grande preocupação da Secretaria de Saúde é com o período pós-enchente, quando a população começar a sair dos abrigos públicos e voltar para suas casas
 (Lunae Parracho / Greenpeace)

Ruas de Rondônia alagadas: grande preocupação da Secretaria de Saúde é com o período pós-enchente, quando a população começar a sair dos abrigos públicos e voltar para suas casas (Lunae Parracho / Greenpeace)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 13h31.

Brasília - O governo de Rondônia começou campanha de conscientização da população sobre os cuidados que deve tomar para evitar doenças trazidas pela cheia e pela contaminação da água. A campanha inclui palestras em abrigos e escolas e a distribuição de cartilhas e panfletos. O nível do Rio Madeira continua baixando e hoje (14) está em 19,05 metros, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), mas chegou a alcançar 19,70 metros, a máxima histórica.

Cerca de 30 mil pessoas foram afetadas pela cheia no estado. A grande preocupação da Secretaria de Saúde é com o período pós-enchente, quando a população começar a sair dos abrigos públicos e voltar para suas casas. “Nos abrigos, as famílias estão protegidas em um local seguro e salubre. Quando começarem a voltar para suas casas, a vigilância deve ser redobrada, por conta de condições insalubres. A população deve consumir água potável e não tomar banho em água suja”, disse o secretário Williames Pimentel.

Segundo ele, as famílias devem começar a voltar para casa em 60 dias e as residências receberão higienização para esse retorno. Ele informou que hoje chegaram ao estado 71 profissionais do Programa Mais Médicos que vão atender principalmente os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, muito afetados pela cheia.

A diretora-geral da Agência Estadual de Vigilância em Saúde, Arlete Baldez, disse que amanhã (15) começa a formação de multiplicadores - professores, alunos e líderes comunitários – que vão repassar informações sobre os riscos de contrair doenças como leptospirose, cólera, febre tifóide, hepatite A, dengue, malária, doenças diarréicas agudas causadas por bactérias, vírus e parasitas. Há expectativa de que pelo menos 500 pessoas sejam treinadas para reforçar a campanha de conscientização.

Segundo Arlete, 66 casos de leptospirose foram confirmados no estado, dos quais 26 em Porto Velho. Uma morte foi registrada até o momento. A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria presente na urina de ratos e outros animais. Bois, porcos e cães podem adoecer e transmitir a doença ao homem. A bactéria penetra no corpo através da pele e qualquer pessoa que tiver contato com água ou lama contaminadas pode se infectar.

O estado também aguarda a chegada de uma nova equipe da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para montar hospitais de campanha nos sete principais distritos atingidos pela cheia: Calama, São Carlos, Nazaré, Jacy-Paraná, Abunã, Cuniã e Nova Califórnia. Os profissionais vão ajudar em atendimentos emergenciais e evitar a ocorrência de epidemias.

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