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Sem doação de empresas campanhas foram modestas, diz Mendes

Perguntado sobre a continuidade da prática de caixa dois, Gilmar Mendes disse que a Operação Lava Jato mostrou que a prática continuou a funcionar


	Gilmar Mendes: “Os gastos declarados em 2012 foram de R$ 6,240 bi, e até agora, nesta eleição, sem doação de pessoa jurídica, temos R$ 2,131 bi"
 (Elza Fiúza/ABr/Fotos Públicas)

Gilmar Mendes: “Os gastos declarados em 2012 foram de R$ 6,240 bi, e até agora, nesta eleição, sem doação de pessoa jurídica, temos R$ 2,131 bi" (Elza Fiúza/ABr/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2016 às 15h21.

Na primeira entrevista coletiva concedida em Brasília, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, disse que as campanhas deste ano, com a proibição de doações de empresas a candidatos, estão mais modestas e mostram um aspecto positivo da reforma política aprovada pelo Congresso, “independente de outros debates que possam ter”.

“Os gastos declarados em 2012 foram de R$ 6,240 bilhões, e até agora, nesta eleição, sem doação de pessoa jurídica, temos R$ 2,131 bilhões. Uma diferença significativa. O que talvez reflita um caráter mais modesto da campanha com as mudanças ocorridas na legislação”, disse.

Perguntado sobre a continuidade da prática de caixa dois, Gilmar Mendes disse que a Operação Lava Jato mostrou que a prática continuou a funcionar.

“Mas vamos admitir que, pelo menos no aspecto visual, os sinais mostram que as campanhas estão mais modestas. Isto é um dado positivo. Acho que houve redução de honorários, e de prolabore de marqueteiros”, completou.

Tranquilidade

Com pouco mais de seis horas desde que a votação foi aberta em 5.568 municípios, o presidente do TSE disse que todo o processo está correndo “a contento”.

Segundo Gilmar Mendes, as ocorrências que estão sendo registradas pelo tribunal ao longo do dia são pontuais e não são motivos para preocupação.

O ministro atualizou os números do último boletim divulgado pelo TSE e antecipou que pouco mais de 2,2 mil urnas tiveram que ser substituídas, o que equivale a 0,53% do total de 432.959 equipamentos distribuídos pelo país.

Até o último boletim divulgado, 1.675 urnas tinham sido substituídas em todo o país, sendo a maior concentração no estado do Rio de Janeiro (332 substituições), seguido por São Paulo (212), Rio Grande do Sul (158) e Ceará (137).

Gilmar Mendes reiterou, como já havia declarado mais cedo, em São Paulo, que, em nenhum local, foi necessária a substituição do sistema pelo voto manual.

Perguntado sobre invasões ao sistema das eleições, o ministro ainda acrescentou que nenhuma urna sofre ataque de hackers. “Não há hackers nas urnas. Há ataques a pagina do TSE”, afirmou.

Segurança

Gilmar Mendes ainda descartou qualquer preocupação com a segurança de eleitores e candidatos. Segundo ele, até as 13h21 de hoje, foram registradas prisões de 83 candidatos e o envolvimento de outros 66, sem prisão.

Nas primeiras cinco horas de pleito, foram registradas 1.410 ocorrências.

O TSE está atualizando informações a cada duas horas. De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou da coletiva, não houve qualquer alteração na situação dos 491 municípios que receberam tropas federais para assegurar o pleito de hoje.

“Temos 25.400 efetivos militares alocados por solicitação da Justiça Federal. Montamos uma coordenação de controle e recebemos informações online. As únicas alterações registradas foram em São Luís, onde durante a madrugada três escolas foram alvos de coquetel molotov, que foram apagados e não comprometeu a votação”, disse.

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