Brasil

Senado aprova texto do fim do voto secreto no Congresso

Texto base para voto aberto em todas as decisões do Congresso recebeu 54 votos a favor, 10 contrários e uma abstenção

Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) abre Ordem do Dia, desta quarta-feira (Waldemir Barreto/Agência Senado)

Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) abre Ordem do Dia, desta quarta-feira (Waldemir Barreto/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 21h12.

Brasília - O Senado aprovou nesta quarta-feira, 13, a proposta que altera a Constituição e estabelece o voto aberto em todas as decisões do Congresso e demais casas legislativas. O texto base recebeu 54 votos a favor, 10 contrários e uma abstenção.

Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), será necessário a votação em segundo turno. Antes do início do segundo turno, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou que sejam apreciadas no plenário emendas apresentadas pelo senador Lobão Filho (PMDB-MA) que na prática alteram o texto original.

A primeira emenda extingue o artigo que prevê que é vedado o voto secreto nas deliberações do Congresso. A segunda apenas nos casos de votação de escolha de autoridades e a terceira nos casos de vetos presidenciais. O debate em torno da matéria já dura cerca de cinco horas e dividiu na tarde desta quarta os discursos dos senadores proferidos da tribuna. O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) foi um dos que se colocou contra a abertura dos votos para todos os casos. "O voto secreto é a base da democracia", disse o peemedebista.

A discussão também dividiu os principais partidos da Casa como o PT e PSDB. "Este Senado não pode, na tarde de hoje, e nem tem o direito de pedir para esconder o seu voto do povo brasileiro e do povo paraense", disse o senador Mario Couto (PSDB-PA). Já o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP), disse que era contra. "Eu creio que a abertura do voto fragiliza o Poder Legislativo nesse caso e também o Poder Judiciário".

O líder Wellington Dias (PT-PI) se posicionou a favor da proposta. "Mesmo se o meu partido tivesse outra posição, eu teria problema hoje, porque, por convicção, eu defendo que o Brasil tem hoje maturidade, tem hoje tranquilidade suficiente para que tenhamos votação aberta em todas as votações. Todas as votações", ressaltou. Já o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), disse que seguiria o voto da bancada, mas fez a ressalva. "Hoje estamos vendo aqui a satanização do voto secreto".

Durante a discussão houve ainda quem mudasse de opinião. Inicialmente a senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) disse que não se sentia constrangida em se posicionar contra o fim do voto secreto. "Diferente de muitos, não acho que democracia seja sinônimo de voto aberto. Muitas vezes a democracia é expressa através do sigilo", afirmou. Quando a votação do texto-base foi nominal (com indicação no painel de como o senador se posicionou) a senadora disse que votaria a favor da proposta.

Acompanhe tudo sobre:PolíticaPolítica no BrasilReforma políticaSenado

Mais de Brasil

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU

Dilma Rousseff é internada em Xangai após mal-estar