Brasil

Senador emplaca genro como diretor da Anac

O líder do PMDB no Senado conseguiu emplacar o genro, que se casou há menos de um mês com a filha do peemedebista, na diretoria da Anac


	Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE): o genro de Eunício ainda terá de passar por uma sabatina no Senado
 (Geraldo Magela/Agência Senado)

Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE): o genro de Eunício ainda terá de passar por uma sabatina no Senado (Geraldo Magela/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 22h33.

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), conseguiu emplacar o genro na diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Ricardo Fenelon Júnior é advogado e se casou com a filha do peemedebista há menos de um mês, numa cerimônia em Brasília para 1,2 mil convidados, dentre os quais a presidente Dilma Rousseff.

A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira, mas o advogado ainda terá de passar por uma sabatina no Senado. O genro de Eunício se formou em Direito em 2011 pela Uniceub, uma faculdade particular da capital federal.

A Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (APPA) contestou a indicação. "A possibilidade de nomeação política, baseada na mais asquerosa troca de favores partidários, é por nós, especialistas, veementemente repudiada. Demonstramos nossa total contrariedade a qualquer indicação, para cargo diretivo da agência, de pessoas que não possuam qualificação técnica e elevado conhecimento nesse campo de especialidade", diz uma nota publicada em seu site.

Procurado, o líder do PMDB não comentou o assunto.

Apesar das críticas, o governo tem usado as nomeações de segundo escalão como moeda de troca para garantir a fidelidade da base aliada em votações. A estratégia, porém, tem falhado diante da demora em tirar do papel os acordos firmados pelo vice-presidente Michel Temer, que está à frente da articulação política desde abril.

Na quarta-feira, o Palácio do Planalto foi surpreendido com a aprovação no Senado da medida provisória que estende a correção do salário mínimo aos aposentados.

O PMDB, principal partido da base, teve um papel decisório nessa votação. Dos 17 senadores, sete votaram contra o governo e apenas cinco a favor.

Entre as quatro ausências, uma das mais sentidas foi a do líder peemedebista. Nos bastidores, apesar de Eunício ter conseguido emplacar o genro na Anac, comenta-se que ele está impaciente com o fato de as suas outras sugestões para o segundo escalão ainda não terem sido contempladas.

Outra ausência notada foi a da peemedebista Sandra Braga (AM), mulher do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Ele estaria disputando cargos, entre os quais o da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), com o senador Omar Aziz (PSD), que também é do Amazonas.

A assessoria da senadora afirma que ela não estava no plenário porque tinha uma audiência com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Já a assessoria de Braga nega que ele tenha feito indicações políticas e diz que essa informação "não tem nenhum sentido".

O senador Dário Berger (PMDB-SC), por sua vez, teria votado contra o governo porque as articulações para emplacar o seu irmão, Djalma Berger, na diretoria da Eletrosul ainda não haviam avançado.

A assessoria do senador, porém, diz que o voto do senador não foi contra o governo, mas a favor dos aposentados.

Acompanhe tudo sobre:AnacAviaçãoAviõesMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPolíticaSetor de transporte

Mais de Brasil

Lula discursa hoje em evento dos Brics que acontecerá no Itamaraty

Lula demite Nísia; Padilha assumirá Ministério da Saúde

Defesa Civil emite alerta severo de chuvas para São Paulo na tarde desta terça

Tarcísio diz que denúncia da PGR contra Bolsonaro 'não faz sentido nenhum' e critica 'revanchismo'