Brasil

Senador propõe que maioridade seja decidida caso a caso

Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou relatório sobre a redução da maioridade penal na Comissão de Constituição e Justiça


	Ricardo Ferraço: ele sugeriu que o promotor peça ao juiz que o adolescente entre 16 e 18 anos possa ou não ser julgado como adulto, de acordo com cada caso específico
 (Agência Senado)

Ricardo Ferraço: ele sugeriu que o promotor peça ao juiz que o adolescente entre 16 e 18 anos possa ou não ser julgado como adulto, de acordo com cada caso específico (Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2016 às 18h54.

Brasília - O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou nesta quarta-feira, 18, seu relatório sobre a redução da maioridade penal na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ele modificou a proposta que veio da Câmara dos Deputados e sugeriu que o promotor peça ao juiz que o adolescente entre 16 e 18 anos possa ou não ser julgado como adulto, de acordo com cada caso específico.

Os demais senadores do colegiado pediram vistas do relatório e a comissão deve retomar a discussão do parecer de Ferraço em 31 de maio.

No projeto que veio da Câmara, os deputados reduziram de 18 para 16 anos a maioridade penal para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Nesta primeira proposta, a redução valeria para qualquer adolescente.

Já na proposta de Ferraço, um juiz que atue nas áreas de infância e adolescência deveria assumir o caso para decidir como será o julgamento no caso específico. Em sua decisão, o juiz deve levar em conta a "capacidade do agente de compreender o caráter criminoso de sua conduta", usando como critérios o histórico familiar, social, cultural e econômico do adolescente, além de seus antecedentes de infrações.

A decisão do juiz deve ser atestada por um laudo técnico, enquanto o advogado de defesa do adolescente também teria o direito de apresentar outro laudo técnico em sua defesa.

O texto também é mais restritivo quanto à quantidade de crimes em que poderia ser aplicada a redução penal. Ferraço listou quais crimes poderiam ser considerados. Já na proposta que veio da Câmara, é usada apenas a expressão "crime hediondo". Desta forma, caso novos crimes fossem incluídos na lei de crimes hediondos, a possibilidade de condenação de menores também se alargaria.

Condenação

De acordo com a proposta, caso o adolescente venha a ser condenado, ele deve ser alocado em um estabelecimento penal diferente dos presídios para maiores de 18 anos.

Após ser votado na CCJ do Senado, o projeto precisa passar pela análise do plenário em dois turnos. Para ser aprovado, são necessários pelo menos 49 votos. Caso o relatório de Ferraço seja aprovado pelo Senado, devido às alterações, a proposta teria que voltar para a Câmara. Se o Senado, entretanto, optar por manter o texto original da Câmara, a redução da maioridade penal dependeria apenas da promulgação do Congresso Nacional para entrar em vigor.

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilJustiçaCâmara dos Deputados

Mais de Brasil

Bolsonaro tem crise de soluço e passa por atendimento médico na prisão da PF

Senado vai votar PL Antifacção na próxima semana, diz Davi Alcolumbre

Entrega de 1ª escola de PPP de SP deve ser antecipada para início de 2026

Após prisão, PL suspende salários e atividades partidárias de Bolsonaro