Brasil

Serra descarta apoio a Lula e defende candidatura própria do PSDB

Ao falar sobre o resultado das prévias, Serra deixa claro que a candidatura presidencial que mais o agrada é a do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite

Serra: apesar de preferir uma candidatura própria, Serra afirmou que não vê problema em apoiar a senadora do MDB (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Serra: apesar de preferir uma candidatura própria, Serra afirmou que não vê problema em apoiar a senadora do MDB (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de junho de 2022 às 18h34.

Última atualização em 3 de junho de 2022 às 18h44.

O senador José Serra (PSDB-SP) disse que faz parte da ala do partido que deseja uma candidatura própria tucana à Presidência. "Defendo que tenhamos uma candidatura própria e acredito que a escolha final na convenção do partido foque nos candidatos mais votados nas prévias", afirmou em entrevista ao Estadão. O tucano também descartou um apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista tem atraído a velha guarda do PSDB e já conseguiu o voto do ex-senador Aloysio Nunes (PSDB) no primeiro turno.

Após uma série de conflitos internos que culminaram com a desistência do ex-governador paulista João Doria de disputar o Palácio do Planalto, a legenda agora se encaminha para, pela primeira vez desde que foi fundada, não apresentar uma opção ao comando do País.

LEIA TAMBÉM: Pesquisa eleitoral: Lula tem vantagem sobre Bolsonaro entre jovens e adultos até 44 anos

Ao falar sobre o resultado das prévias, Serra deixa claro que a candidatura presidencial que mais o agrada é a do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que ficou atrás de Doria na eleição interna.

A cúpula do PSDB negocia apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como candidata a presidente. Para isso, no entanto, exigem que os emedebistas deem suporte ao PSDB em alguns Estados. Se a aliança vingar, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é o mais cotado para ser vice de Tebet.

Apesar de preferir uma candidatura própria, Serra afirmou que não vê problema em apoiar a senadora do MDB caso se comprove que isso é melhor para construir uma alternativa a Lula e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Leia a íntegra da entrevista, que foi feita por e-mail:

Sem João Doria, o senhor defende que o PSDB ainda tenha candidatura própria a presidente? Se sim, quem?

Sim. Defendo que tenhamos uma candidatura própria e acredito que a escolha final na Convenção do partido foque nos candidatos mais votados nas prévias.

A cúpula do PSDB faz certo em negociar um apoio a Simone Tebet?

Como disse anteriormente, defendo que tenhamos uma candidatura. Mas se houver um entendimento interno de que Simone, a quem admiro e considero, nos permitirá sair da polarização Lula/Bolsonaro, então o PSDB e a senadora terão todo o meu apoio.

A quase quatro meses da eleição, há espaço para terceira via?

Estamos numa decrescente conforme o tempo passa. Mas ainda é possível.

Como avalia a decisão de Aloysio Nunes de apoiar Lula?

Aloysio tem história e trajetória pública suficientes para tomar uma decisão como essa. Eu o respeito, mas concordamos em discordar.

E a decisão de Alckmin de sair do PSDB e ser candidato a vice de Lula?

Geraldo foi um importante quadro do partido e eu lamento sua saída. Mas trata-se de uma decisão pessoal, que não cabe questionamento.

Hoje a bancada do PSDB na Câmara é quase em sua totalidade beneficiada com o orçamento secreto e tem votado a favor dos projetos de Bolsonaro. Isso prejudica de alguma forma a identidade do partido?

Não. Avalio que as emendas de relator são uma ferramenta a mais de ajuda aos municípios, sobretudo aos mais afetados durante a pandemia. Creio que o PSDB tem o mesmo entendimento. Sobre as votações, ser oposição não significa estar sempre contra. Embora discorde do presidente, já votei com o governo em projetos que considerei importantes para o País.

Doria não conseguiu levar para frente a candidatura dele. Foi um erro o PSDB ter feito prévias presidenciais no final do ano passado?

Talvez tenham sido realizadas com muita antecipação.

Lula ou alguém do PT chegou a procurar o senhor por apoio logo no primeiro turno?

Não.

Há chances de o senhor apoiar Lula no primeiro turno?

Não.

Confirmado um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, quem o senhor apoiaria?

Prefiro esperar o momento adequado e real para me manifestar, as eleições serão daqui a cinco meses, há tempo para a realidade ser alterada. Espero que até lá o meu partido, quer seja como cabeça de chapa ou em apoio a outro(a) candidato(a), esteja na disputa do segundo turno.

Algum aliado de Bolsonaro já procurou o senhor por apoio?

Não

Por que o senhor vai se candidatar a deputado federal e não tentar a reeleição no Senado?

Atendi a um pedido do meu partido para ajudar a fortalecer e ampliar a bancada e o debate naquela Casa. Aproveitarei a oportunidade para dar andamento aos 15 projetos de minha autoria que tramitam na Câmara, entre eles, o do voto distrital.

LEIA TAMBÉM

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2022José SerraLuiz Inácio Lula da SilvaPolítica

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil