Brasil

Servidores burlam norma que dá licença remunerada para curso

Senado paga licença irregular para funcionários fazerem cursos de aperfeiçoamento profissional, diz jornal. Carga horária mínima de aula é um dos requisitos burlados


	Internet: em 2013, um terço das 143 licenças apresentaram indícios de irregularidades
 (Lionel Bonaventure/AFP)

Internet: em 2013, um terço das 143 licenças apresentaram indícios de irregularidades (Lionel Bonaventure/AFP)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 12 de janeiro de 2014 às 10h36.

São Paulo - Segundo regulamento do Senado, a cada cinco anos, servidores têm direito a tirar três meses de licença remunerada para realizar cursos de aperfeiçoamento profissional que tragam "conhecimento relevante" para a Casa. Em 2013, um terço das 143 licenças dadas apresentaram indícios de fraudes, irregularidades e não cumprimento de requisitos, revela o jornal Folha de S. Paulo neste domingo.

A reportagem mostra que nem todos os requisitos exigidos para obter a licença são seguidos. É previsto o benefício, por exemplo, para realização de cursos de língua estrangeira em país onde o idioma seja oficialmente praticado.

Contudo, 39 dos servidores beneficiados fizeram aulas de línguas em Brasília mesmo, aponta o levantamento do jornal. Outros 33 conseguiram a licença remunerada para estudar língua portuguesa, sendo 13 deles em cursos pela internet.

Ainda de acordo com o jornal, a carga horária mínima determinada pelo regulamento para ter direito ao benefício - de 16 horas semanais - nem sempre é seguida a risca. Pelo menos 12 funcionários se enquadram nesse perfil.

"É o caso de um funcionário que trabalha na edição de anais, com salário de R$ 18 mil. Ele ganhou 89 dias de licença para fazer um curso de espanhol em Brasília. Estudava duas horas por semana.", destaca a reportagem. O Senado não paga o curso, mas permite a licença remunerada.

Em resposta ao jornal, o Senado enviou uma nota onde afirma que todos os processos de licença seguem a norma de carga horária mínima. Segundo a Casa, "caso seja constatada alguma inadequação em relação à carga horária semanal mínima exigida, o Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) toma as providências cabíveis". 

Acompanhe tudo sobre:DireitosPolítica no BrasilSenadoServidores públicos

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU