Repórter
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 09h33.
A prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, confirmou a 10ª morte por contaminação de metanol no estado.
Segundo a pasta, a confirmação laboratorial aconteceu na terça-feira, 25. A vítima, Felipe Henrique Alves da Silva, de 26 anos, morreu em 16 de agosto e era morador da cidade.
O comunicado da prefeitura informa que Silva apresentou dores de cabeça, náusea e ânsia após consumir bebida alcoólica. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foi acionado e confirmou a morte ainda na casa do rapaz.
São Paulo é o epicentro da crise, nas palavras do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Para tentar encontrar as origens e remediar os efeitos do surto, o governo paulista montou uma força-tarefa .
Desde o fim de setembro, a gestão tem realizado operações intensivas de fiscalização, interdição e cassação preventiva de inscrições estaduais de bares e distribuidoras de bebidas alcoólicas.
“Quem não conseguir comprovar de onde sua bebida está vindo, terá a inscrição estadual caçada e não poderá operar", afirmou Tarcísio de Freitas em coletiva de imprensa com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) no dia 6 de outubro.
Além dessas ações, investigações da Polícia Civil de São Paulo têm sido feitas para encontrar os responsáveis pela produção e distribuição de bebidas falsificadas.
Uma das linhas de investigação da polícia é que falsificadores tenham comprado etanol adulterado com metanol de postos de combustíveis e utilizado o combustível como base para as bebidas.
A informação foi dada por autoridades da Secretaria da Segurança Pública em coletiva de imprensa concedida no dia 10 de outubro.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que "o crime organizado adulterava o etanol para lucrar, e esse etanol contaminado acabou sendo usado por falsificadores de bebidas".
Apesar de acreditarem na participação do crime organizado na adulteração de combustíveis, o governo paulista mantém a posição de que a produção de bebidas irregulares é feita de forma difusa.
De acordo com Derrite, o crime organizado em São Paulo tem como objetivo principal o lucro.
"Na questão da bebida, o lucro é infinitamente inferior. Por que uma organização que lucra exponencialmente com exportação de pasta base de cocaína, por exemplo, ia migrar para um negócio muito menos rentável? Até aqui, não há nenhum indício da participação do PCC nesse processo todo”, afirmou na coletiva do dia 6 de outubro.