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SP quer fim da dinamite para reduzir furtos a caixas

Ficou acertado entre a Secretaria de Segurança e a Febraban que será feito um pedido para a proibição da fabricação da dinamite no país, para diminuir furtos

Bananas de dinamite: pedido visa reduzir o número de casos de furtos a caixas eletrônicos (Grullab/Wikimedia Commons)

Bananas de dinamite: pedido visa reduzir o número de casos de furtos a caixas eletrônicos (Grullab/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 18h20.

São Paulo - A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciaram medidas nesta sexta-feira para reduzir o número de casos de furtos a caixas eletrônicos com o uso de explosivos.

Em reunião entre o secretário Alexandre de Moraes e o presidente da Febraban, Murilo Portugal Filho, ficou acertado um pedido que será feito ao governo federal para a proibição da fabricação de bananas de dinamite no País, principal instrumento dos bandidos nos ataques aos bancos.

A requisição será feita na próxima semana por Moraes durante uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Os dois devem conversar em Brasília na quarta-feira para discutir a situação dos furtos aos bancos.

"Apenas 15% das pedreiras continuam utilizando as dinamites. Já há sistema mais moderno para o trabalho de mineração e isso nos ajudaria a coibir esse tipo de crime", disse o secretário.

Alexandre de Moraes também deve conversar com Cardoso sobre a possibilidade de mudança da normativa do Banco Central (BC), que atualmente proíbe a destruição total das notas em casos de ataque.

Atualmente, quando há furtos a bancos, só há restituição do dinheiro caso as notas estejam apenas 51% comprometidas. Segundo o secretário, caso seja regulamentado, a mudança significaria uma redução no número de crimes. "Isso é possível e não há nenhuma limitação legal que proíba essa prática. Por isso vamos pedir essa alteração ao Banco Central", afirmou.

O governo estadual e a Febraban concordaram que caso a normativa seja revista será possível instalar outros instrumentos de proteção nos caixas eletrônicos. "Vamos poder utilizar tintas removíveis mais eficientes, bombas de gás para atrasar o furto e um sistema de incineração que destrua as notas automaticamente", explicou.

O presidente da Febraban disse que o mais importante para coibir os ataques é o controle do acesso de explosivos pelos assaltantes. "Nós pedimos uma maior fiscalização em estabelecimentos que manuseiam e transportam os explosivos. Isso é um problema de segurança pública e não privado", destacou.

Representantes do Exército também participaram da reunião e apresentaram medidas para controlar o fluxo de explosivos nas estradas paulistas. A partir de hoje, empresas privadas que vendam ou adquiram cargas deste tipo de material serão obrigadas a contratar segurança privada para evitar roubos.

Além disso, as tropas farão uma força-tarefa com a Polícia Militar e Polícia Civil para fiscalizar as pedreiras que utilizam as bananas de dinamite. "Isso vai evitar o desvio de detonadores e a venda ilegal para os assaltos. Vamos analisar e identificar a quem pertence os explosivos e quem desviou", disse Moraes.

A Febraban e a SSP também anunciaram um novo sistema de inteligência que facilite a segurança das agências bancárias. A partir da próxima semana, todas as imagens de vídeo dos caixas eletrônicos estarão disponíveis para a secretaria na tentativa de identificar, previamente, qualquer ameaça de furto.

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