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STF julga 'núcleo da desinformação' que atuou por Bolsonaro, e trama golpista pode chegar a 21 réus

Primeira Turma vai analisar denúncia da PGR contra sete pessoas acusadas de atacarem adversários e atuarem para desacreditar urnas

Sessão da Primeira Turma do STF  (Antonio Augusto/STF)

Sessão da Primeira Turma do STF (Antonio Augusto/STF)

Agência o Globo
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Publicado em 6 de maio de 2025 às 09h36.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira, 6, o núcleo acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de atuar com táticas de desinformação, desacreditando o sistema eleitoral e atacando autoridades que não aderiram à "trama golpista". Caso a denúncia seja aceita contra todos os integrantes, o número de réus do caso vai passar para 21.

O STF já aceitou a denúncia contra oito pessoas apontadas pela Procuradoria-Geral da República como parte do "núcleo crucial" da suposta organização criminosa, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e contra seis pessoas que fariam parte do grupo que "gerenciava" as ações, como o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.

Nesta terça ocorre o julgamento da denúncia em relação ao núcleo que seria responsável pela desinformação, formado por sete pessoas, segundo a PGR. Entre eles, o ex-major do Exército Ailton Barros, o sargento Giancarlo Rodrigues e policial federal Marcelo Bormevet.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os membros desse grupo "propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo".

Ailton Barros teria participado de ataques contra os então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, por eles não terem aderido ao plano golpista. Sua defesa afirma que ele apenas trocou mensagens de "desabafos".

Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet trabalharam na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que já é réu. Eles são acusados de promover desinformação contra opositores do grupo.

A defesa de Rodrigues afirmou que a relação dele com Bormevet foi apenas profissional, enquanto os advogados do policial federal negaram a relação entre as atividades dele e o suposto plano de golpe.

O coronel Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida e o major da reserva Angelo Denicoli teriam ajudado a divulgar informações falsas sobre as urnas eletrônicas, de acordo com a acusação. A mesma suspeita ocorre contra Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, organização contratada pelo PL e que ajudou a embasar uma ação do partido pedindo anulação de parte dos votos. Os quatro negam as acusações.

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