Tarcísio de Freitas (Republicanos): cotado para substituir o ex-mandatário nas urnas, ele precisará decidir até abril do ano que vem se disputará a presidência ou se concorrerá à reeleição pelo governo do estado (EVARISTO SA/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 13 de maio de 2025 às 10h02.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não existe direita sem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que ainda é cedo para falar da disputa eleitoral de 2026.
O comentário foi feito em uma conversa com jornalistas durante um evento do grupo Esfera Brasil, na Brazil's Week em Nova York, nesta segunda-feira. Cotado para substituir o ex-mandatário nas urnas, ele precisará decidir até abril do ano que vem se disputará a presidência ou se concorrerá à reeleição pelo governo do estado.
— Está muito cedo, falta um ano e meio para a eleição. O que temos de pensar agora é em entregar resultados — acrescentou.
Em seguida, ao ser questionado se ainda existiria direita no Brasil sem Bolsonaro, ele respondeu que "não, não existe". Em seu entorno, no entanto, aliados têm discutido a possibilidade dele assumir o lugar na disputa presidencial antes ocupado pelo ex-presidente, que permanece inelegível até 2030 por determinação do TSE e enfrenta o julgamento no STF por participação na trama golpista.
A hipótese de substituição também passa por nomes de governadores de direita, como Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG), que têm expressado a intenção de disputar o Planalto em 2026.
A possibilidade de união desses representantes da direita entorno de uma candidatura única foi levantada nessa semana pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). Em entrevista exibida ao programa Canal Livre, da Band, ele disse que tem conversado com os governadores e observado "disposição" para o alcance de um consenso.
— Eu vejo que, nas conversas que eu tive com alguns governadores, eles estão muito dispostos a uma coisa dessa natureza. Se saírem cinco candidatos deste lado e um único candidato do outro lado, é claro que o candidato do outro lado vai ter uma vantagem extraordinária — comentou o ex-presidente.
A declaração, no entanto, incomodou lideranças bolsonaristas, especialmente pelo fato de Temer não ter mencionado Bolsonaro nem sua possível substituta nas urnas, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Para o pastor Silas Malafaia, aliado próximo do ex-presidente, a omissão foi inaceitável.
"Se existe uma articulação para um candidato da direita, caso o vergonhoso impedimento de Bolsonaro persista, o senhor esqueceu do nome mais bem avaliado nas pesquisas: Michelle", disse Malafaia, em um post no X na noite deste domingo. "Ela reúne os votos dos bolsonaristas, direita, mulheres e evangélicos", ele completou.