Brasil

Tarcísio diz que não investirá em equipamentos de câmeras nas fardas de PMs

A declaração foi feita em entrevista ao Bom Dia SP nesta terça-feira e vai contra o que especialistas em segurança pública defendem

Tarcísio: A decisão se dá na esteira da Operação Escudo, deflagrada no fim de julho no Litoral Sul paulista e que resultou em 28 mortes (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Tarcísio: A decisão se dá na esteira da Operação Escudo, deflagrada no fim de julho no Litoral Sul paulista e que resultou em 28 mortes (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 2 de janeiro de 2024 às 09h01.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não vai investir na implementação de mais câmeras no uniforme de policiais militares e que os equipamentos não protegem os cidadãos. A declaração foi feita em entrevista ao Bom Dia SP nesta terça-feira e vai contra o que especialistas em segurança pública defendem.

— A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma — declarou Tarcísio.

Em dezembro, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo negou um recurso e manteve uma decisão que desobrigava o uso de câmeras corporais em operações da PM. O colegiado alegou que a obrigação traria "grave lesão à economia".

A decisão se dá na esteira da Operação Escudo, deflagrada no fim de julho no Litoral Sul paulista e que resultou em 28 mortes, motivando críticas e denúncias por supostos abusos. Durante a operação, o governo paulista reconheceu que nem todos os policiais tinham câmeras corporais e também que parte dos PMs que possuíam o equipamento estava com a câmera desligada no momento em que houve alegados confrontos com suspeitos.

Na entrevista desta terça, o governador defendeu a contratação de mais agentes nas ruas e disse preferir investir mais em monitoramento do que na fiscalização do trabalho dos policiais:

— Preciso investir pesado em monitoramento. Isso custa muito dinheiro. É a melhor aplicação do recurso que a gente está buscando para proteger o cidadão — disse ele.

Ele também defendeu ter mais cinco mil homens no Centro da capital paulista neste ano e 500 viaturas atuando na região. A violência na região central, em especial devido à circulação dos usuários de drogas na Cracolândia, agravou a sensação de insegurança dos moradores da cidade nos últimos anos.

— Se você aumenta policiamento ostensivo, você vai fazer menos abordagem porque vai dissuadir o crime. E combinar mais investimento em iluminação pública para dissuadir o crime, porque iluminação pública afasta o criminoso.

Acompanhe tudo sobre:Tarcísio Gomes de FreitasPolícia MilitarCâmeras digitaisViolência urbana

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil