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Governo quer ampliar número de setores isentos do tarifaço de Trump, diz Alckmin

Vice-presidente reforçou que o pacote de socorro às empresas afetadas será anunciado no início da próxima semana

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 9 de agosto de 2025 às 15h36.

O governo federal pretende ampliar o número de setores brasileiros que ficarão isentos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, afirmou neste sábado, 9, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Segundo ele, a prioridade não é retaliar Washington, mas negociar para retirar mais segmentos do chamado tarifaço do presidente americano Donald Trump.

A declaração foi feita em Guaratinguetá, São Paulo, onde Alckmin reforçou que o pacote de socorro às empresas afetadas será anunciado no início da próxima semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As medidas devem incluir crédito com juros subsidiados, adiamento de tributos e, no caso de produtos perecíveis, compras públicas para evitar prejuízos imediatos.

"A prioridade não é retaliar. É resolver. Procurar ampliar o número de setores que sejam excluídos, que fiquem fora dessa tarifa extremamente injusta", disse Alckmin, acrescentando que a taxa americana “tem base jurídica fraca”.

De acordo com o vice-presidente, as negociações já garantiram a exclusão de 45% dos setores inicialmente atingidos. Hoje, oito em cada dez produtos vendidos pelos EUA ao Brasil entram sem tarifas, e a alíquota média brasileira é de 2,7%, contra os 50% cobrados pelo novo pacote americano.

“Quando se aumentam tarifas, é o consumidor que paga. É um jogo de perde-perde”, completou.

IPI zero impulsiona vendas de carros sustentáveis

Durante a visita ao interior paulista, Alckmin também comemorou os resultados do programa que zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos sustentáveis. Segundo dados da Anfavea, as vendas desses modelos cresceram 16,7% em julho, contra uma média de 14,2% no mercado geral.

O incentivo já conta com a participação de cinco montadoras e contempla veículos flex-fuel, que emitem menos CO₂ e têm alta reciclabilidade. A estratégia, segundo o governo, é estimular a indústria automotiva e reduzir o preço de automóveis populares, criando um efeito positivo em toda a cadeia — da produção nas fábricas às vendas nas concessionárias.

Para Alckmin, a combinação de medidas — combate aos impactos do tarifaço e estímulo à produção limpa — é parte de um mesmo esforço para proteger a indústria nacional e manter o crescimento econômico. “É apoiar quem exporta, mas também garantir que a população possa comprar produtos mais acessíveis e sustentáveis”, disse.

(Com informações de O Globo e Agência Brasil)

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