Eduardo Bolsonaro: deputado federal afirmou que só sairá dos EUA com 100% de vitória. (Paola de Orte/Agência Brasil)
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Publicado em 6 de agosto de 2025 às 08h23.
Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 08h37.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, 6, em entrevista ao Jornal O Globo que as tarifas aplicadas pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil são consequência direta do processo judicial contra seu pai, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“O presidente Trump colocou que essa era uma questão envolvendo a perseguição a Jair Bolsonaro, seus familiares e apoiadores. Ele apontou para uma crise institucional. Para resolver essa crise, a gente tem que dar uma sinalização aos americanos”, disse a coluna da jornalista Bela Megale.
Eduardo voltou a afirmar que a relação entre os dois países se agravou após a atuação do STF, em especial do ministro Alexandre de Moraes. O deputado disse ainda que trabalha para aumentar as sanções contra o Brasil após a ordem de prisão domiciliar contra Bolsonaro.
“Trabalho sim, neste sentido. Estou levando a prisão ao conhecimento das autoridades americanas e a gente espera que haja uma reação. Não é da tradição do governo Trump receber essa dobrada de aposta do Alexandre de Moraes e nada fazer. O que eles vão fazer, eu não sei”, afirmou.
Segundo ele, a solução para minimizar o impacto das tarifas seria uma "anistia ampla, geral e irrestrita", que garantiria ao Brasil uma posição mais favorável nas negociações com os Estados Unidos.
"Essa crise é resultado do trabalho do STF, principalmente do ministro Moraes. A melhor forma de resolver é uma anistia, o que colocaria o Brasil em uma posição mais confortável frente aos americanos", disse o deputado.
Sobre um possível retorno ao Brasil, Eduardo admitiu o risco de prisão e disse que é preciso “anular” Moraes para voltar a exercer atividade política.
"Os meus planos aqui são: ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio", revelou.
A medida de Trump, que começou a ser implementada hoje, deve causar sérios impactos econômicos no Brasil. De acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), citado pela reportagem do O Globo, o PIB brasileiro pode sofrer uma retração de R$ 19 bilhões, enquanto as exportações podem cair em até US$ 54 bilhões.
Em resposta à entrevista, Eduardo disse que, embora compreenda o impacto econômico, ele acredita que o "sacrifício" vale a pena para "tirar Moraes do poder". Para o deputado, essa seria a única forma de restaurar a "normalidade democrática" no Brasil, mesmo que, em sua visão, o preço seja alto.
Apesar da repercussão negativa entre setores afetados, como o agronegócio, o deputado garantiu que não recebeu críticas profundas desses grupos. Segundo Eduardo, a resposta foi inversa, com o apoio nas redes sociais de aliados políticos e empresários.
Questionado sobre sua atuação nos Estados Unidos e se sentia responsável pelas tarifas, ele negou. "Não sou eu quem leva essa mensagem. A responsabilidade é do conjunto da obra que o STF criou no Brasil".