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Tebet defende orçamento responsável e critica peso das emendas parlamentares

Para minsitra do Planejamento, transparência e corte de gastos são essenciais para equilíbrio das contas públicas

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em audiência no Congresso  (Paulo Pinto/Agência Brasil)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em audiência no Congresso (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 25 de março de 2025 às 13h15.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 13h19.

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira, 25, que o governo federal manterá os programas sociais essenciais, incluindo o Bolsa Família. Segundo ela, não haverá falta de recursos para a iniciativa. O programa Pé-de-Meia, voltado para estudantes do ensino médio, terá sua inclusão orçamentária realizada em duas etapas, respeitando uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).

Tebet também comentou sobre possíveis vetos ao Orçamento da União, que totaliza R$ 5,8 trilhões, garantindo que não haverá cortes significativos que comprometam políticas essenciais.

"Sempre tem alguns vetos, mas nada muito essencial. Acho que não teremos nenhum problema em relação a grandes vetos", disse a ministra, à empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Crítica ao peso das emendas parlamentares

A ministra destacou preocupação com o modelo atual de emendas parlamentares, argumentando que o volume destinado a essas indicações pode comprometer a execução de políticas públicas de forma organizada. As emendas vão passar de R$ 50 bilhõesem 2025.

"Sou a favor das emendas, mas elas não podem ser de uma ordem que vai impedir, no futuro, que políticas públicas no Brasil sejam feitas de ordem organizada", explicou.

Tebet alertou que o montante destinado às emendas está excessivamente alto, prejudicando o orçamento público e impedindo a alocação eficiente de recursos para áreas prioritárias.

"As emendas são um instrumento democrático, mas precisam ter um limite no conteúdo e na forma", afirmou.

Meta de crescimento do PIB e desafios fiscais

Tebet defendeu a necessidade de dobrar o PIB per capita para que o Brasil alcance os países desenvolvidos, ressaltando a importância da inserção de mais mulheres no mercado de trabalho. Segundo a ministra, é fundamental que pelo menos 60% das mulheres estejam empregadas para que o crescimento econômico desejado se concretize até 2050.

A ministra também criticou os entraves enfrentados pelo governo para reduzir os gastos tributários.

"Toda vez que a gente leva essa pauta para o Congresso temos lobbies e essa pauta é rechaçada", afirmou, destacando que tanto o Executivo quanto o Legislativo têm responsabilidade sobre as contas públicas.

Inflação, juros e impacto da política internacional

Sobre a política monetária, Tebet reconheceu que os juros reais no Brasil estão entre os mais altos do mundo, mas apontou a incerteza internacional como um fator complicador. A ministra mencionou a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos como um evento que pode influenciar a economia global e o comércio exterior brasileiro.

"Temos que aguardar como serão as relações comerciais nessa nova ordem mundial", pontuou.

A ministra acredita que a taxa de juros pode começar a cair no segundo semestre de 2025, ainda que de forma gradual. Quanto à inflação, Tebet enfatizou que é necessário buscar reduzi-la o quanto antes,

"Inflação está muito alta, não podemos aceitar. Temos que mirar o centro da meta de inflação, não vamos conseguir alcançar três, mas temos que mirar três porque essa inflação tem que baixar de cinco e tem que baixar de forma urgente".

Ela também sugeriu que estados que ainda cobram ICMS sobre a cesta básica considerem suspender temporariamente o imposto para aliviar os custos dos alimentos.

Agronegócio como motor do crescimento

A ministra destacou que o agronegócio terá um papel fundamental no crescimento do PIB este ano, impulsionado por uma safra forte que ajudará a baratear os preços dos alimentos. Apesar das projeções atuais, Tebet acredita que o crescimento econômico pode superar as estimativas iniciais. "Provavelmente não alcançaremos 3% de crescimento, mas devemos superar as projeções, pois o agronegócio dará sustentabilidade ao PIB", concluiu.

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