Brasil

Temer pede que Fachin reveja desmembramento do "quadrilhão"

A defesa do presidente quer que o ministro "reconsidere" o despacho em que desmembrou o inquérito conhecido como "quadrilhão do PMDB" na Câmara

Fachin: a continuidade das investigações sobre quem não tem foro privilegiado, determinada pelo magistrado, gera "risco de ocorrer colheita de prova sem a participação" das defesas (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Fachin: a continuidade das investigações sobre quem não tem foro privilegiado, determinada pelo magistrado, gera "risco de ocorrer colheita de prova sem a participação" das defesas (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 11h31.

São Paulo - A defesa do presidente Michel Temer pediu ao ministro Edson Fachin, relator dos casos ligados à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que "reconsidere" o despacho em que determinou o desmembramento do inquérito conhecido como "quadrilhão do PMDB" na Câmara.

Segundo o advogado Eduardo Carnelós, que assina o documento, a continuidade das investigações sobre quem não tem foro privilegiado, determinada pelo magistrado, gera "risco de ocorrer colheita de prova sem a participação" das defesas de Temer e seus ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral de Governo, Moreira Franco, contra quem a ação está suspensa no STF.

Depois que a Câmara dos Deputados barrou a análise no STF da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer e os ministros por obstrução da Justiça e organização criminosa, Fachin decidiu desmembrar a denúncia para que parte dela tramite na primeira instância.

O ministro enviou ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a parte da denúncia pelo suposto crime de organização criminosa da qual são alvo o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os ex-ministros Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o ex-assessor especial da Presidência e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Já a parte que se refere às imputações ao dono e executivo do Grupo J&F, Joesley Batista e Ricardo Saud, será encaminhada à Justiça Federal em Brasília.

Decisão

Para Fachin, a necessidade de prévia autorização da Câmara para processar o presidente da República e ministros de Estado "não se comunica" aos demais réus. O ministro concluiu que deverão seguir formalmente investigados no STF apenas Temer, Padilha e Moreira Franco.

Em resposta à decisão, o advogado do presidente afirmou que "não se opõe à decisão", mas pede a "reconsideração" do despacho. "Permitir que tal imputação tenha sequência em relação a alguns dos denunciados, e permaneça suspensa em relação a outros (dentre os quais, no dizer da absurda inicial acusatória, aquele que seria o líder da cerebrina organização criminosa), implica aceitar o risco de que, sem que estes últimos possam defender-se na eventual instrução criminal que venha a ser realizada, o julgamento dos fatos poderá atingir, irreversivelmente, aqueles que não puderam participar da colheita da prova, com prejuízo evidente a eles", afirmou.

Carnelós disse que "a própria produção probatória poderá constituir irreparável prejuízo àqueles que dela não tenham podido participar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Edson FachinMichel TemerSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Cidade do Rio pode ter o dia mais frio do ano nesta quinta-feira; veja previsão

Com maioria formada para ampliar responsabilização de plataformas, STF continua julgamento

CPI das Bets vota relatório final com pedido de indiciamento de influenciadoras

Senado aprova fim de atenuante de idade para crimes de estupro