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Tornado no Paraná também causou destruição em cidades de SC e RS

Pontes foram interditadas, ventos passaram dos 100 km/h e em Santa Catarina, árvores caíram e estruturas de imóveis foram comprometidas

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 8 de novembro de 2025 às 15h24.

O ciclone extratropical responsável pelo tornado que atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, na sexta-feira, 7,  causando seis mortes, também impactou cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A capital gaúcha, Porto Alegre, registrou ventos acima dos 100 km/h, conforme informações do instituto de meteorologia MetSul. Outros locais, especialmente no oeste catarinense, tiveram casas destalhadas e quedas de árvores.

Na madrugada deste sábado, localidades do sul e do leste do Rio Grande do Sul também tiveram rajadas em alguns pontos acima de 100 km/h, em especial ao norte da Lagoa dos Patos.

O pico registrado foi na capital gaúcha, às margens do Guaíba, com 107 km/h.

Outras cidades do estado também foram afetadas, e pelo menos 14 registraram algum tipo de dano, conforme a Defesa Civil.

Em Passo Fundo, no norte do Estado, moradores registraram imagens de tempestades acompanhadas por fortes ventos.

Uma ponte que liga as cidades de Bento Gonçalves e Cotiporã, na serra gaúcha, está interditada devido às chuvas, já que a elevação do nível do rio "tornou a travessia insegura e impraticável para todos os tipos de veículos".

Em Santa Catarina, as cidades de Dionísio Cerqueira e São José do Cedro, no oeste do estado, também foram afetadas.

Em Dionísio Cerqueira, o vento severo derrubou árvores e destalhou residências, chegando a comprometer estruturas de 30 imóveis e "arrancar" uma casa por inteiro.

Conforme o MetSul, a escassez de dados no local impossibilita a determinação específica do fenômeno que atingiu a cidade, mas as principais hipóteses são "uma microexplosão ou um tornado". Já em São José do Cedro, moradores registraram imagens de tempestades acompanhadas por vendaval e granizo.

 

Destruição em Rio Bonito do Iguaçu

Com cerca de 14.000 habitantes e localizada a 400 quilômetros de Curitiba, a cidade teve aproximadamente 90% de sua área urbana danificada, segundo a Defesa Civil.

Entre os 432 atendimentos realizados, nove pessoas ficaram gravemente feridas — algumas precisaram passar por cirurgia. As autoridades não descartam a possibilidade de que ainda haja vítimas sob os escombros.

Até a noite de sexta-feira, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) classificava o tornado como F2, quando os ventos ficam entre 180km/h e 250km/h.

O órgão, no entanto, já afirmava existirem indícios de que a velocidade teria ultrapassado essa velocidade em algumas localidades. Quando os ventos passam de 253km/h, eleva-se a categoria do tornado para F3, de risco "severo".

As rajadas de vento causaram quedas de árvores inteiras e de casas de alvenaria. O último boletim divulgado pelo governo do Paraná indica que seis pessoas morreram por conta do fenômeno, sendo que um dos óbitos aconteceu em Guarapuava. Duas pessoas estão desparecidas.

Hospitais mobilizados e equipes federais

Hospitais da região de Laranjeiras do Sul, Guarapuava e Cascavel estão mobilizados para o atendimento às vítimas das fortes chuvas.

Até o momento, 437 pessoas foram atendidas pelos serviços de saúde mobilizados na região. A Defesa Civil enviou para a cidade 2600 telhas, 1200 cestas básicas, 565 colchões, 270 kit higiene, 204 kit limpeza, 150 kit dormitório e 54 bobinas de lona.

O governo federal anunciou, na madrugada deste sábado, o envio de equipes para Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, devastada por um tornado que deixou pelo menos cinco mortos na última sexta-feira, 7.

Em postagem no X, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, prestou solidariedade às vítimas e disse que o governo oferecerá "ajuda humanitária" e "apoio às ações de reconstrução".

"Já estou em contato com os prefeitos Sezar Bovino e Jaison (Laranjeiras do Sul), orientando sobre os procedimentos para o decreto de situação de emergência", escreveu o ministro.

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