Brasil

Transexual será ressarcido por plano de saúde que negou cirurgia

Para o magistrado, o caráter do procedimento não restringe-se apenas ao aspecto estético

Transexualidade: Justiça mandou ressarcir um transexual porque seu plano de saúde se negou a cobrir as despesas com procedimento de retirada dos seios (nito100/Thinkstock)

Transexualidade: Justiça mandou ressarcir um transexual porque seu plano de saúde se negou a cobrir as despesas com procedimento de retirada dos seios (nito100/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2018 às 14h10.

A Justiça mandou ressarcir um transexual porque seu plano de saúde se negou a cobrir as despesas com procedimento de retirada dos seios, por considerá-lo de cunho estético. Na decisão, o desembargador Jorge Luís Costa Beber, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, ressaltou que o procedimento cirúrgico de mudança de sexo aumenta o bem-estar psicológico do indivíduo por aproximá-lo da sua identidade de gênero.

Para o magistrado, como todas as práticas necessárias à transformação são ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e como o sistema público não oferece aos seus usuários cirurgias apenas embelezadoras, o caráter do procedimento não restringe-se apenas ao aspecto estético.

"É óbvio que existe, também, uma faceta estética no resultado da cirurgia, mesmo porque o abalo psicológico impingido a quem sofre os efeitos da transexualidade relaciona-se a divergências entre a forma como o indivíduo se enxerga e suas características físicas e anatômicas", argumentou o desembargador Costa Beber.

"Mas ela é absolutamente secundária ao seu objetivo maior, que é a adaptação ampla - psicológica, social, legal, biológica e física - do paciente ao gênero adotado."

Acompanhe tudo sobre:Direitos HumanosLGBTPlanos de saúdeTransgêneros

Mais de Brasil

Motta defende Alexandre de Moraes após sanções dos EUA contra ministro do STF

Após sanção dos EUA contra Moraes, STF diz que 'não se desviará do papel de cumprir a Constituição'

Gleisi diz que sanção contra Moraes é 'ato violento' e 'arrogante'

Cartões, visto e contas: O que acontece com Moraes a partir da aplicação da Lei Magnitsky?