Brasil

Três empreiteiras representam 16% dos clientes de Dirceu

Investigadores da Lava Jato suspeitam que o ex-ministro fazia lobby para o cartel na Petrobras


	Dirceu: em 9 anos de atuação, segundo a defesa, a JD prestou serviços a mais de 50 empresas no universo de quase 20 setores da economia
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Dirceu: em 9 anos de atuação, segundo a defesa, a JD prestou serviços a mais de 50 empresas no universo de quase 20 setores da economia (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2015 às 07h28.

Curitiba e São Paulo - A JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula), recebeu pagamentos de mais de 50 empresas.

Segundo a defesa, os contratos assinados com três empreiteiras (Galvão Engenharia, UTC Engenharia e OAS) citadas na Operação Lava Jato representam cerca de 16% dos clientes da JD - Assessoria e Consultoria Ltda.

As informações constam de documento protocolado pela defesa de Dirceu na Justiça Federal, no Paraná, onde estão concentradas todas as ações da Operação Lava Jato - investigação sobre esquema de propinas na Petrobras.

A força-tarefa que investiga o esquema na estatal petrolífera suspeita que o ex-ministro fazia lobby para o cartel de empreiteiras que se instalaram à Petrobras para assumir controle de contratos bilionários. O lobby seria disfarçado em contratos de consultorias que nunca existiram.

A defesa do ex-ministro informou que a JD Assessoria e Consultoria, sediada em São Paulo, atua desde 2006 "assessorando empresas brasileiras e estrangeiras, sobretudo no mercado externo".

Em 9 anos de atuação, segundo a defesa, a JD prestou serviços a mais de 50 empresas no universo de quase 20 setores da economia, como comércio exterior, comunicação, telecomunicações, logística, tecnologia cia informação, construção civil, além de vários ramos da indústria, como a de bebidas, de bens de consumo, farmacêutico e insumos elétricos.

A defesa do ex-ministro rebate taxativamente suspeitas que pesam contra a JD Assessoria e Consultoria.

"A JD - Assessoria e Consultoria Ltda não é, diferentemente do que aludiu a imprensa após decisão da ilustre magistrada, uma empresa de "fachada" para contratos sem prestação de serviços. Ao contrário, é uma empresa com histórico de atuação, diversificada carteira de clientes, funcionários contratados em regime CLT e contas fiscais apresentadas regularmente à Receita Federal."

A advogada Anna Luiza de Sousa, que subscreve a peça de defesa do ex-ministro, argumenta que a margem dos lucros da JD são menores que a média das empresas de consultoria.

Ela afirma que a atividade da empresa do ex-ministro "é lícita, correspondendo aos contratos assinados e aos serviços realizados".

"Dessa forma, a JD - Assessoria e Consultoria Ltda não possui nenhuma ligação com qualquer suposta consultoria fictícia às empresas Galvão Engenharia, Construtora OAS e UTC Engenharia para viabilizar a distribuição de recursos ilegítimo derivado da Petrobras", pondera Anna Luiza de Sousa.

Acompanhe tudo sobre:José DirceuOperação Lava JatoPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU