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Valdemar diz que foi pressionado por deputados a questionar urnas eletrônicas

Presidente do PL prestou depoimento no STF na ação que julga réus do chamado ‘núcleo 4’ da trama golpista

Agência o Globo
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Publicado em 15 de julho de 2025 às 13h48.

Última atualização em 15 de julho de 2025 às 14h26.

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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse nesta terça-feira, 15, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi contra a ação do partido junto à Justiça Eleitoral na qual questionaram o funcionamento das urnas eletrônicas no segundo turno das eleições de 2022 e pediram a anulação de votos de mais de 250 mil urnas.

— Pressionado pelos deputados, que vazaram essa informação que eu teria essa dúvida nas urnas. Isso foi inclusive contra a minha vontade. Mas, como tinha uma pressão muito grande dos deputados para que a gente deixasse público aquilo e recorresse ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral], foi feito então esse movimento — disse.

Segundo ele, a divulgação da ação também ocorreu por pressão dos deputados. As falas ocorreram durante audiência da ação penal que julga réus do chamado "núcleo 4" da trama golpista, onde ele foi ouvido na condição de testemunha.

— Levamos uma multa de R$ 23 milhões por causa desse questionamento. Foi um prejuízo enorme para o partido — afirmou. Em 2022, o pedido do partido foi negado pelo TSE, que ainda aplicou uma multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé, que é quando a Justiça é acionada de forma irresponsável.

No ano passado, em depoimento à Polícia Federal, Valdemar já havia dito que foi pressionado por deputados e pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro a ingressar com uma ação junto ao TSE após o segundo turno.

"Respondeu que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, orientou a bancada do partido a votar contra a implementação do voto impresso", afirmou Valdemar em depoimento.

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