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Fernando Haddad: ministro da Fazenda apresentou o Fundo das Florestas (Dney Justino / Audiovisual / PR)
Repórter
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 15h11.
Última atualização em 10 de novembro de 2025 às 15h32.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira, 10, que o Brasil pode captar mais de US$ 10 bilhões em investimentos públicos dos países para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF, na sigla em inglês), superando a meta de arrecadação anunciada na última semana.
"Acredito que durante a presidência do Brasil, que se estende por um ano a partir de agora, vamos superar os US$ 10 bilhões", disse o ministro em entrevista à CNN.
O mecanismo é direcionado para a proteção de florestas e prevê que os países que preservam suas florestas tropicais serão recompensados financeiramente via fundo de investimento global. De acordo com uma declaração feita pelo ministro, na semana passada, o valor de US$ 10 bilhões seria referente a recursos destinados por governos, com o valor podendo crescer com a adesão de outros tipos de entidades, como fundações, fundos e empresas.
Segundo Haddad, essa faixa de valor deve ser alcançada até o final do próximo ano, ainda durante a presidência do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), COP30.
Por outro lado, o ministro afirmou que, atualmente, foram arrecadados US$ 5,5 bilhões para o fundo e ressaltou que, para alcançar a meta, o governo brasileiro conta bastante com a contribuição da Alemanha.
"Estamos com US$ 5,5 bilhões anunciados. Tínhamos a expectativa de que já na COP a Alemanha fosse fazer um aporte considerável, como o primeiro-ministro [Friedrich Merz] mencionou. Ele mesmo declarou publicamente que a Alemanha não vai se negar a ajudar o fundo de florestas", disse Haddad. "E acho que até o final desse ano a Alemanha anuncie, até porque estamos para fechar o acordo Mercosul-União Europeia após uma longa negociação".
Para Fernando Haddad, o apoio de diversos países empenhados no enfrentamento das mudanças climáticas pode incentivar melhores resultados na captação de recursos para o Fundo das Florestas.
"Acredito que o Brasil pode se surpreender e ambicionar mais, porque tantos os Países Baixos, quanto os Emirados Árabes e a China, também manifestaram apoio ao TFFF. Então, dependendo da evolução e do anúncio da Alemanha, podemos superar essa marca. Estamos otimistas com a receptividade que a ideia brasileira, construída durante meses de preparo para a COP", disse.
Haddad também afirmou que os países que participam da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Belém (PA), demonstraram grande comprometimento em realizar projetos para descarbonizar economias e têm realizado muitas iniciativas para alcançar esse propósito.
"Eu considero essa COP a mais pragmática de todas, porque pretende tirar do papel algumas ideias. As pessoas que vão à COP têm uma compreensão sedimentada do que tem que ser feito e do volume de recursos para fazer a transição ecológica de maneira adequada", salientou.
O ministro Fernando Haddad mencionou duas iniciativas brasileiras consideradas estratégicas no cenário internacional: a criação de um mercado global de carbono e o desenvolvimento da chamada "super taxonomia", estrutura que visa direcionar investimentos com foco em sustentabilidade.
“Acredito que essa segunda ideia, a coalizão em torno do mercado internacional de carbono, tem condições de angariar muito mais apoio e recursos”, destacou.