Vista aérea dos destroços de um avião que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, estado de São Paulo, em 9 de agosto de 2024 (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 2 de agosto de 2025 às 09h57.
Quase um ano após ao acidente aéreo em Vinhedo (SP) que deixou 62 mortos, um ex-funcionário da empresa Voepass revelou, em entrevista ao portal G1, que horas antes da tragédia o piloto que usou a aeronave na noite anterior relatou ter enfrentado problemas com o sistema de degelo do avião.
Segundo ele, que presenciou a última manutenção do ATR 72-500, a falha, que seria suficiente para impedir o avião de ser utilizado na manhã seguinte, foi omitida do diário de bordo técnico (TLB).
— Essa aeronave nunca tinha apresentado esse tipo de falha, né? Só que no dia do acidente, quando essa aeronave chegou de Guarulhos para Ribeirão, ela foi reportada verbalmente pelo comandante que trouxe ela. Foi alegado que ela tinha apresentado o airframe [fault] (alerta emitido quando há problema no degelo) durante o voo. E ela estava desarmando sozinha. Ele acionava [o sistema] e ela desarmava. Coisa que não poderia acontecer — afirmou a testemunha ao g1.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu pela cassação do Certificado de Operador Aéreo da Passaredo Transportes Aéreos, principal empresa do grupo Voepass.
A decisão ocorreu após o órgão regulador ter identificado "falhas graves e persistentes no Sistema de Análise e Supervisão Continuada (SASC) da companhia".
Não cabem mais recursos à decisão, que incluiu aplicação de sanções pecuniárias no valor total de R$ 570,4 mil, diz a Anac.
A cassação ocorre após a realização de operação que teve início após o acidente aéreo ocorrido em 9 de agosto de 2024. Neste ano, a Anac havia suspendido as operações da empresa.