Brasil

Witzel compara Bolsonaro a Chávez: "Típico de quem não respeita opiniões"

Chamado por bolsonaristas de "traidor", Witzel rebateu as críticas do presidente de que tenta “destruí-lo” para se eleger em 2022

Wilson Witzel: "Bolsonaro precisa tomar suas decisões sob o ponto de vista legal" (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Wilson Witzel: "Bolsonaro precisa tomar suas decisões sob o ponto de vista legal" (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 12h39.

Rio de Janeiro — Em um café da manhã com jornalistas, nesta terça-feira (17), o governador do Rio, Wilson Witzel, comparou o presidente Jair Bolsonaro a Hugo Chávez e Alberto Fujimori, que presidiram a Venezuela e o Peru, respectivamente. Chamado por bolsonaristas de "traidor", Witzel rebateu as críticas do presidente de que tenta “destruí-lo” para se eleger em 2022.

"Ele (Bolsonaro) usa vocabulário típico de Chávez, Fujimori e Erdogan (presidente da Turquia). Típico de quem não respeita diversidade de opiniões. Está no livro “Como morrem as democracias", afirmou em referência a políticos apontados como ditadores.

Indagado se está decepcionado com a atuação de Bolsonaro na Presidência, Witzel respondeu:

"Só eu? É só olhar os índices de reprovação. Evidente que o Bolsonaro não se preparou. Você não consegue conversar com ele sobre economia. É uma pauta muito mais ideológica do que concreta."

Witzel, que pleiteia mudanças no Regime de Recuperação Fiscal, disse não acreditar que a conflituosa relação com Bolsonaro prejudicará as negociações.

"Bolsonaro não tem me recebido, mas o posto Ipiranga dele, o Paulo Guedes (ministro da Economia), tem. A animosidade pessoal (de Bolsonaro) não se reflete em seu staff, uma vez que tenho sido recebido pelo Paulo Guedes, pelo Mansueto (Mansueto Almeida, secretário do Tesouro do Ministério da Economia) e conversado com o ministro Tarcísio (Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura). Bolsonaro precisa tomar suas decisões sob o ponto de vista legal, do contrário pode haver consequências como improbidade administrativa e crime de responsabilidade", disse.

Segundo Witzel, seu partido, o PSC, terá candidatura própria ao governo do Rio.

Acompanhe tudo sobre:Hugo ChávezJair BolsonaroVenezuelaWilson Witzel

Mais de Brasil

Cidade do Rio pode ter o dia mais frio do ano nesta quinta-feira; veja previsão

Com maioria formada para ampliar responsabilização de plataformas, STF continua julgamento

CPI das Bets vota relatório final com pedido de indiciamento de influenciadoras

Senado aprova fim de atenuante de idade para crimes de estupro