Brasil

Witzel nega que água no Rio tenha ficado imprópria para consumo

Governador do Rio afirmou que população não será indenizada porque não houve comprovação de que a água estava imprópria

Witzel: governador voltou a falar sobre a possibilidade de sabotagem na água (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Witzel: governador voltou a falar sobre a possibilidade de sabotagem na água (Fernando Frazão/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 17h12.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 17h12.

O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou que houve falha da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) por não ter aplicado há mais tempo o método de carvão ativado na Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O carvão ativado começou a ser usado hoje (23) pela Cedae como parte do para tratamento da água, depois de os cariocas sofrerem por semanas com água de coloração turva, mau cheirosa e com gosto de terra.

Em entrevista coletiva na ETA Guandu, Witzel disse que houve um alarmismo, que não identificou de quem partiu, sobre a qualidade da água e que acabou causando preocupação na população, enquanto em nenhum momento a água tenha ficado imprópria para o consumo. "Nunca, desde o momento que tivemos esse alarmismo, a água ficou imprópria para o consumo", assegurou.

O governador afirmou que a aplicação do carvão ativado passará a ser permanente e que esta é uma medida em caráter emergencial para reduzir o cheiro e a turgidez da água e evitar que novos episódios deste tipo ocorram.

Witzel adiantou que para médio e longo prazos serão adotadas outras medidas. Uma delas é a transposição dos rios Poços, Ipiranga e Queimados, que deságuam na área de captação da ETA Guandu e trazem esgoto in natura, dificultando o tratamento da água. Esse projeto vai custar cerca de R$100 milhões, deve começar ainda neste semestre e pode levar dois anos e meio para ser concluído. "Nós vamos apurar porque esta obra não foi realizada em gestões anteriores e a razão de que poderia ter sido orientada a Cedae e o governo de que a obra era necessária", indicou.

Além disso, segundo o governador, até 2021 haverá o investimento de R$ 700 milhões na modernização da ETA Guandu. Desse total, R$ 120 milhões serão aplicados ainda este ano. Witzel informou ainda que o governo está finalizando o projeto para a construção de Guandu 2, estimado em R$ 1,5 bilhão.

Indenizações

Witzel destacou que não há possibilidade da Cedae aplicar descontos nas contas dos consumidores porque é uma empresa de capital fechado, submetida às regras de mercado e não houve comprovação por meio dos laudos de que a água estava imprópria para o consumo.

"A empresa só pode tomar uma decisão dessa se fosse identificado que ela diretamente foi responsável por algum fato que pudesse ter causado a impossibilidade de consumo da água. A água nunca esteve impossibilitada de ser consumida e geraram informações controversas, cujas fontes não são oficiais e as pessoas consumiram água mineral", apontou.

Apesar da justificativa, o governador disse que vê "poucas possibilidades de êxito" em recursos na justiça em busca de indenizações porque seria analisado o peso do alarmismo, segundo ele, indevido, que causou transtornos à população.

Sabotagem

Witzel reafirmou que a possibilidade de sabotagem na Cedae está sendo investigada. De acordo com ele, não se pode afastar essa hipótese porque há muitos interesses em jogo com o processo de concessão da empresa, cujo leilão, conforme informou, deve ocorrer no fim de setembro ou início de outubro.

Visita

O governador fez hoje (23), no início da tarde, uma visita técnica à Estação de Tratamento de Água do Guandu para acompanhar o início da aplicação do carvão ativado na água que seguirá para o abastecimento da capital fluminense e de mais seis municípios. Ele estava acompanhado do presidente da Cedae, Hélio Cabral; do chefe da Estação Guandu, Pedro Ortolano; do presidente da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa), Luigi Eduardo Troisi e do secretário de Governo, Cleiton Rodrigues.

Witzel chegou ao local sob forte esquema de segurança e enquanto fazia a visita policiais armados de fuzil estavam postados na porta da estação. Ao fim da coletiva o governador disse que consome água da Cedae e bebeu um copo de água de uma jarra que estava sobre a mesa da entrevista.

Acompanhe tudo sobre:Rio de JaneiroWilson Witzel

Mais de Brasil

Eduardo Bolsonaro celebra decisão do governo Trump de proibir entrada de Moraes nos EUA

Operação da PF contra Bolsonaro traz preocupação sobre negociação entre Brasil e EUA, diz pesquisa

Tornozeleira eletrônica foi imposta por Moares por “atos de terceiros”, diz defesa de Bolsonaro

Após operação da PF contra Bolsonaro, Lula diz que será candidato a reeleição em 2026