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Youssef diz que comprou helicóptero e cedeu para Argolo

Na época, Luiz Argolo era candidato a deputado federal. Ele teve 63.649 votos e tornou-se suplente


	Youssef: segundo doleiro, Argolo comprou aeronave em 2012, mas não teve dinheiro para quitar prestações
 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Youssef: segundo doleiro, Argolo comprou aeronave em 2012, mas não teve dinheiro para quitar prestações (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 15h59.

São Paulo e Curitiba - O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, afirmou em delação premiada, feita em outubro do ano passado, que emprestou um helicóptero para o político Luiz Argolo (SDD-BA) usar na campanha eleitoral de 2014.

Na época, Argolo era candidato a deputado federal. Ele teve 63.649 votos e tornou-se suplente.

Segundo Youssef, Argolo comprou a aeronave em 2012, mas não teve dinheiro para quitar as prestações.

O político teria pedido dinheiro emprestado ao doleiro para fazer os pagamentos. Youssef contou à Polícia Federal que não aceitou e fez uma contraproposta.

"Tendo Youssef se negado a fazer, propondo que quitasse as prestações e ficasse com a aeronave, emprestando o bem a ele para que utilizasse até a campanha eleitoral de 2014. Que Argolo aceitou a proposta. Youssef pagou 700 mil reais por meio da empresa GFD, em nome da qual foi registrada a aeronave, que esse valor foi pago à vista, não sendo formado contrato entre Argolo e o vendedor da aeronave", diz a delação premiada.

À PF, o doleiro informou também que "João Argolo fazia parte do rol de parlamentares do PP que recebia repasses mensais a partir dos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras".

Argolo deixou o PP no fim de 2013 e transferiu-se para o Solidariedade.

A Diretoria de Abastecimento foi comandada por Paulo Roberto Costa, entre 2004 e 2012.

Segundo a PF, ele atuava como parceiro nos negócios de Youssef na Petrobras.

Preso no ano passado, o ex-diretor da estatal fez delação premiada e hoje cumpre prisão domiciliar no Rio.

Procurado, o partido informou que não poderia se pronunciar sobre o caso, por se tratar de uma questão particular do político.

A reportagem tentou contato com Argolo pelo celular. A pessoa que atendeu se identificou como Henrique Júnior, amigo e assessor do político.

"(Argolo) se elegeu em 2011, o diretor saiu em 2012. Qual a razão de ele ajudar o deputado?".

Sobre o suposto envolvimento do político com o helicóptero de Youssef, o amigo disse que não saberia informar nada sobre o caso.

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