Brasil

Youssef teria operado caixa 2 exclusivo da Andrade Gutierrez

O doleiro disse que, além de operar propinas da empreiteira no esquema de corrupção da Petrobras, também operou caixa 2 da empresa a pedido da diretoria


	Andrade Gutierrez: segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria
 (Divulgação)

Andrade Gutierrez: segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 20h02.

São Paulo - Em novo depoimento à Justiça Federal no Paraná nesta terça-feira, 31, o doleiro Alberto Youssef afirmou que, além de operar propinas da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de desvios na Petrobras, também operou US$ 600 mil do Caixa 2 da empresa às vésperas de ser pego na Lava Jato.

Segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria da empreiteira na Venezuela.

"Foi uma operação de US$ 300 mil que mandei para a DGX (conta utilizada pelo doleiro no exterior) e duas operações de US$ 150 mil, que não têm nada a ver com a Petrobrás", relatou.

"Foi uma operação de caixa dois que foi feito para a Andrade (Gutierrez) e foi falado com um representante dela que me pediu que fizesse isso, que foi o seu Flávio Magalhães e o diretor da Andrade na Venezuela o sr Alberto", continuou o doleiro.

A Andrade Gutierrez não tem nenhum executivo preso e também não é alvo de nenhuma ação penal da Lava Jato que corre na Justiça Federal no Paraná. A empreiteira, contudo, está na mira da força-tarefa da Lava Jato e é considerada uma das participantes do cartel que atuava na Petrobras e que também pagava propinas no esquema de desvios montado na estatal para abastecer o caixa do PP, PMDB, e PT que indicavam as diretorias da estatal envolvidas no esquema.

O depoimento desta terça ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, foi realizado a pedido do próprio Yousef, e uma das ações penais nas quais ele é réu. Nesta ação específica, Youssef é acusado de evadir US$ 500 milhões entre 2009 e 2013 em conjunto com outros operadores do mercado negro.

Na ação, Youssef havia ficado calado quando foi chamado a depor pela primeira vez no ano passado, pois seu acordo de delação ainda não tinha sido homologado. Apesar de todas as testemunhas já terem sido ouvidas e as defesas já terem apresentado suas alegações finais (últimos argumentos antes da decisão do juiz), Moro acatou o pedido do doleiro e decidiu ouvi-lo novamente nesta terça.

A Andrade Gutierrez vem negando enfaticamente a participação no esquema de desvios revelado pela Lava Jato.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasHoldingsEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoGás e combustíveisIndústria do petróleoCorrupçãoEscândalosFraudesAndrade GutierrezOperação Lava JatoDoleiros

Mais de Brasil

Proposta libera CNH com curso on-line e instrutor particular; entenda o que muda

Calendário do Bolsa Família 2025: veja datas de pagamentos em outubro

Moraes autoriza visita de médica de Bolsonaro após defesa relatar agravamento de episódios de soluço

"Antes tarde do que nunca", diz Lula sobre fim do conflito em Gaza