Não basta aderir ao mercado livre de energia. É preciso entender um pouco mais (Francisco Javier Ortiz Marzo/Getty Images)
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Publicado em 20 de maio de 2025 às 15h00.
Por João Carlos Guimarães, vice-presidente Comercial do Grupo Delta Energia
Já imaginou ficar sem eletricidade no processo de fabricação de um automóvel, na extração de recursos ou nas etapas de produção de alimentos, bebidas e outros bens de consumo?
Um estudo da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace Energia) mostra que o custo unitário de energia elétrica industrial cresceu 1.154% em 22 anos, a partir de 2000. Esse percentual é muito superior ao aumento de 585% dos preços industriais e da variação acumulada de 291% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no mesmo período.
Portanto, reduzir o valor da conta de luz torna-se um ponto de atenção. Para a indústria, em especial, o custo da energia é fator decisivo de competitividade e sobrevivência, dada a relevância do setor na economia brasileira e por ser um dos maiores consumidores de eletricidade do país.
Segundo o levantamento anual da Associação Brasileira dos Comercializadores (Abraceel), 93% do consumo industrial de energia elétrica ocorre no ambiente de livre negociação. Por isso, mais do que aderir ao mercado livre de energia, a indústria precisa focar na otimização constante dos custos com energia para direcionar recursos a novos investimentos.
Entender a dinâmica de preços e acompanhar o mercado energético é estratégico para comprar energia em momentos mais favoráveis. Os preços no mercado livre variam conforme a oferta de energia elétrica: quando não chove o suficiente para abastecer os reservatórios, o valor sobe, e vice-versa.
Apesar de parecer simples, gerenciar esse custo é complexo devido à quantidade de variáveis que influenciam o preço do insumo. Uma das soluções para alcançar eficiência real é contratar um serviço de inteligência em gestão do mercado livre de energia. Dependendo da administração, o consumidor pode evitar aumento na conta de luz, prevenindo perda de competitividade e queda nos lucros.
O apoio de uma empresa especializada implica redução de gastos com contratação de energia, diminuição de riscos operacionais, inteligência de mercado, monitoramento e controle dos custos, além de atendimento personalizado. Para se ter ideia, o custo médio mensal desse serviço corresponde a 1,5% do valor total da conta de energia elétrica.
A indústria brasileira é um pilar essencial para o avanço econômico do país. Segundo projeções da Abrace Energia, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve saltar de 1,9% ao ano para 3,7% ao ano na média dos próximos dez anos, com impacto mais forte de 2028 a 2033. Assim, o setor tem papel relevante para alavancar o desenvolvimento nacional.
Neste contexto, a redução da conta de energia elétrica por meio de uma gestão eficiente do consumo no mercado livre de energia pode ser um caminho eficaz para o setor fomentar e fortalecer a economia brasileira.
*João Carlos de Abreu Guimarães é vice-presidente Comercial do Grupo Delta Energia. Com mais de 30 anos no setor elétrico, lidera as áreas comercial e de gestão de energia da empresa.
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