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Como a digitalização está transformando as viagens terrestres, marítimas e aéreas no Brasil

A integração de dados e tecnologias digitais tem sido essencial para aprimorar a segurança pública e a eficiência nos serviços migratórios

Ao adotar soluções de fronteiras inteligentes, o Brasil fortalece sua segurança nacional, estimula o turismo e cria ambiente favorável para investimentos estrangeiros (Jackyenjoyphotography/Getty Images)

Ao adotar soluções de fronteiras inteligentes, o Brasil fortalece sua segurança nacional, estimula o turismo e cria ambiente favorável para investimentos estrangeiros (Jackyenjoyphotography/Getty Images)

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Publicado em 7 de agosto de 2025 às 13h00.

Por Rodrigo Costa*

A segurança pública desponta, hoje, como uma das maiores preocupações do brasileiro e é um fator decisivo para o desenvolvimento econômico do país. Em um território continental — o quinto maior do mundo —, proteger cidadãos e visitantes, ao mesmo tempo em que se garante a fluidez do transporte de pessoas e mercadorias, implica integrar dados, processos e tecnologia ao longo de toda a jornada de viagem.

Nos últimos anos, diferentes órgãos do Governo Federal vêm acelerando iniciativas de modernização para entregar resultados concretos à população. A integração de bases de dados, a digitalização de documentos e a adoção de ferramentas de biometria avançada vão além de projetos piloto; tornaram‑se pilares essenciais de uma política de Estado voltada à segurança pública e à excelência dos serviços prestados.

É nesse contexto que o conceito de Digital Travel sai dos relatórios de tendências e ganha vida nas operações diárias. A biometria facial, os passaportes digitais e a validação automatizada de documentos reduzem fraudes, identificam ameaças com maior precisão e liberam agentes públicos para funções estratégicas de análise e tomada de decisão.

Crescimento do tráfego e novos desafios para a segurança pública

Dados da IATA indicam que o tráfego global deve alcançar 4,7 bilhões de passageiros em 2025, superando os níveis pré-pandemia. No Brasil, a pressão é ainda maior: nossos aeroportos internacionais registraram crescimento de dois dígitos na movimentação de viajantes no último ano, exigindo respostas rápidas e eficazes para manter a segurança pública sem criar gargalos operacionais.

Um estudo do World Travel & Tourism Council (WTTC) mostra que tecnologias digitais nos pontos de entrada e saída podem reduzir em até 50% o tempo de espera, ao mesmo tempo em que ampliam a eficiência do controle migratório. Menos filas significam menor exposição a riscos de segurança, mais conforto para o passageiro e melhor utilização dos recursos públicos.

Fronteiras inteligentes e impactos no desenvolvimento econômico

Ao adotar soluções de fronteiras inteligentes, o Brasil fortalece sua segurança nacional, estimula o turismo — setor que responde por cerca de 8% do PIB — e cria ambiente favorável para investimentos estrangeiros. Além disso, reforça compromissos internacionais de prevenção a atos de interferência ilícita nas fronteiras, com excelência, transparência e respeito aos direitos humanos.

A incorporação de tecnologias inovadoras deve ser acompanhada de mecanismos de transparência e participação social, permitindo que a sociedade acompanhe e contribua para a evolução dos serviços migratórios, fortalecendo a confiança institucional.

O Brasil como líder na integração de fronteiras

Projetos de integração de fronteiras terrestres, marítimas e aéreas já avançam em toda a América Latina. O Brasil, pela sua dimensão e influência regional, tem a oportunidade de liderar essa agenda, quebrando silos entre órgãos públicos, fomentando a celeridade nos processos e colocando o cidadão no centro das decisões, garantindo respostas rápidas, seguras e transparentes.

Viajar de forma digital e segura não é mais luxo, é necessidade. O investimento em fronteiras inteligentes reafirma o compromisso do Estado brasileiro com a sociedade: oferecer serviços migratórios de excelência, com transparência, participação social e respeito aos direitos humanos. Quando inovação tecnológica, governança e vontade política caminham juntas, quem ganha é o Brasil.

*Rodrigo Costa é executivo sênior da SITA, empresa líder mundial em comunicações de transporte aéreo e tecnologia da informação.

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