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Como a liderança estratégica pode resolver urgência da saúde mental no trabalho?

Liderança estratégica é o caminho para a sustentabilidade e inovação nos negócios. Convidamos profissional para falar do assunto

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Publicado em 4 de julho de 2025 às 13h00.

Em um cenário corporativo cada vez mais dinâmico e acelerado, a liderança estratégica vai além da gestão de resultados financeiros. Ela deve ser capaz de equilibrar a produtividade com o bem-estar psicológico de seus colaboradores, reconhecendo que a saúde mental não é apenas um benefício, mas uma estratégia essencial para a sustentabilidade e inovação dos negócios.

“É inegável que vivemos em um mundo em constante transformação. As tecnologias evoluem, as demandas de resultados são imediatas, e os profissionais estão sendo desafiados a se adaptarem constantemente a esse ritmo acelerado. Porém, em que condições as pessoas estão produzindo tudo isso? O que está acontecendo com o bem-estar daqueles que fazem as empresas decolarem?”, questiona Sara Hughes, CEO da Scaffold Education, convidada para falar do assunto.

Estudos demonstram que 72% dos profissionais afirmam que seu bem-estar impacta diretamente sua produtividade no trabalho. Isso revela que, sem uma base sólida de saúde mental, não há como pensar em resultados consistentes e sustentáveis. “Não existe produtividade sustentável sem saúde mental, e, portanto, não podemos mais pensar o futuro do trabalho sem investir em um ambiente saudável”, pondera a executiva.

No Brasil, a saúde mental tornou-se uma questão urgente

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país lidera o ranking da América Latina em casos de depressão, com 5,8% da população afetada, o que representa aproximadamente 11,7 milhões de pessoas. Esse cenário reflete a necessidade de as empresas adotarem estratégias eficazes para promover a saúde mental no local de trabalho. Em 2024, um levantamento do Ministério da Previdência Social apontou que cerca de 472 mil solicitações de licença ao INSS foram motivadas por doenças relacionadas à saúde mental, representando um aumento de 68% em relação ao ano anterior.

Neste contexto, a liderança estratégica tem um papel crucial durante todo o processo. "Líderes têm a responsabilidade de criar espaços de aprendizagem e segurança psicológica, onde as pessoas possam se desenvolver e entregar o seu melhor. A verdadeira liderança está em garantir que todos se sintam valorizados e apoiados, não apenas nos momentos de sucesso, mas também nas adversidades", explica Hughes.

Para a executiva, empresas que pensam no bem-estar de seus colaboradores estão investindo  em retenção de talentos, longevidade das carreiras e consistência nos resultados. “Criar um ambiente onde há tolerância ao erro não só garante um espaço seguro para a criatividade, mas também fomenta a inovação”, explica Sara.

Além dos impactos internos, o cenário regulatório também exige uma abordagem proativa em relação à saúde mental no trabalho. A recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR1), promovida pelo Ministério do Trabalho, impõe novas exigências para garantir a saúde e a segurança no ambiente de trabalho. A partir de 2026, todas as empresas no Brasil terão que adotar práticas de gestão de saúde mental dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), o que representa uma oportunidade estratégica de transformação organizacional.

Essa mudança obrigatória abre portas para que as empresas não apenas cumpram regulamentações, mas também criem um ambiente de trabalho mais saudável e seguro.

"Estamos vivendo em um mundo de mudanças rápidas e quem não se preparar corre o risco de estar despreparado para o futuro. A transformação começa hoje e ela passa pela liderança estratégica que prioriza o bem-estar de seus colaboradores", conclui Hughes.

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