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Estudo que entrevistou CEOs do mundo todo revela: sustentabilidade é condição de competitividade

Na coluna Gestão Sustentável desta semana, Danilo Maeda analisa as principais conclusões de estudo da UN Global Compact que entrevistou 2 mil CEOs em 128 países

CEOs concordam que sustentabilidade corporativa não é mais acessório, mas fator condicional  (pcess609/Getty Images)

CEOs concordam que sustentabilidade corporativa não é mais acessório, mas fator condicional (pcess609/Getty Images)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Diretor-geral da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 15h00.

O mais recente estudo UN Global Compact–Accenture CEO Study 2025 reforça uma mensagem clara: a sustentabilidade corporativa continua no centro da agenda dos líderes empresariais.

Isso se dá não por mero idealismo, mas por ser um fator determinante para a continuidade dos negócios e para a capacidade de gerar e distribuir valor no longo prazo. 

Em um cenário de crises geopolíticas, tensões econômicas e desconfiança pública, o estudo mostra que:

  • 88% dos CEOs acreditam que o business case da sustentabilidade é mais forte hoje do que há cinco anos,
  • 99% dos CEOs afirmam que suas empresas manterão ou expandirão seus compromissos socioambientais.

Por que os CEOs priorizam a sustentabilidade? Porque ela dá resultados

O relatório também revela que, mesmo diante do aumento da pressão regulatória e do escrutínio político, a lógica empresarial por trás do tema é inegável: 

Integrar práticas sustentáveis reduz riscos, estimula inovação, fortalece a reputação e amplia a resiliência das organizações

Não à toa, 86% dos CEOs relatam já ter integrado a sustentabilidade ao núcleo de suas operações. 

Essa incorporação, que vai de cadeias de suprimento mais responsáveis ao desenho de produtos circulares, reflete um movimento cultural mais profundo: a sustentabilidade deixou de ser acessório para se tornar fundamento da estratégia.

Na agenda ESG, falar pouco não é sinônimo de inação 

Ainda que muitos executivos prefiram uma postura mais discreta na comunicação pública, evitando acusações de “greenwashing” ou desgastes políticos, isso não significa retração. Pelo contrário, trata-se de uma mudança de ênfase: menos discurso, mais execução

O estudo sugere que a liderança empresarial eficaz no novo ciclo dependerá de converter intenção em impacto, ancorando sustentabilidade na governança, nos incentivos executivos, nos investimentos em inovação e no engajamento com consumidores, colaboradores e comunidades.

Sustentabilidade corporativa é condição de competitividade

Diante de crises globais simultâneas — climática, social e econômica — a agenda de sustentabilidade ganha relevância por sua dupla natureza: mitigar riscos estruturais e abrir espaço para novas oportunidades de crescimento. 

O estudo estima que atrasar a transformação custará múltiplas vezes mais caro do que agir agora, enquanto soluções sustentáveis já disponíveis podem liberar trilhões em valor e milhões de empregos.

Em síntese, o recado dos CEOs é inequívoco: longe de ser modismo ou imposição externa, a sustentabilidade corporativa tornou-se condição de competitividade e legitimidade

No fundo, trata-se de um imperativo de sobrevivência — e também de legado. Afinal, como resume o estudo, o futuro não é algo que herdamos, mas aquilo que criamos.

 

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