CEOs concordam que sustentabilidade corporativa não é mais acessório, mas fator condicional (pcess609/Getty Images)
Diretor-geral da Beon - Colunista Bússola
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 15h00.
O mais recente estudo UN Global Compact–Accenture CEO Study 2025 reforça uma mensagem clara: a sustentabilidade corporativa continua no centro da agenda dos líderes empresariais.
Isso se dá não por mero idealismo, mas por ser um fator determinante para a continuidade dos negócios e para a capacidade de gerar e distribuir valor no longo prazo.
Em um cenário de crises geopolíticas, tensões econômicas e desconfiança pública, o estudo mostra que:
O relatório também revela que, mesmo diante do aumento da pressão regulatória e do escrutínio político, a lógica empresarial por trás do tema é inegável:
Integrar práticas sustentáveis reduz riscos, estimula inovação, fortalece a reputação e amplia a resiliência das organizações.
Não à toa, 86% dos CEOs relatam já ter integrado a sustentabilidade ao núcleo de suas operações.
Essa incorporação, que vai de cadeias de suprimento mais responsáveis ao desenho de produtos circulares, reflete um movimento cultural mais profundo: a sustentabilidade deixou de ser acessório para se tornar fundamento da estratégia.
Ainda que muitos executivos prefiram uma postura mais discreta na comunicação pública, evitando acusações de “greenwashing” ou desgastes políticos, isso não significa retração. Pelo contrário, trata-se de uma mudança de ênfase: menos discurso, mais execução.
O estudo sugere que a liderança empresarial eficaz no novo ciclo dependerá de converter intenção em impacto, ancorando sustentabilidade na governança, nos incentivos executivos, nos investimentos em inovação e no engajamento com consumidores, colaboradores e comunidades.
Diante de crises globais simultâneas — climática, social e econômica — a agenda de sustentabilidade ganha relevância por sua dupla natureza: mitigar riscos estruturais e abrir espaço para novas oportunidades de crescimento.
O estudo estima que atrasar a transformação custará múltiplas vezes mais caro do que agir agora, enquanto soluções sustentáveis já disponíveis podem liberar trilhões em valor e milhões de empregos.
Em síntese, o recado dos CEOs é inequívoco: longe de ser modismo ou imposição externa, a sustentabilidade corporativa tornou-se condição de competitividade e legitimidade.
No fundo, trata-se de um imperativo de sobrevivência — e também de legado. Afinal, como resume o estudo, o futuro não é algo que herdamos, mas aquilo que criamos.