No mundo atual, a crescente disponibilidade de dados e a evolução da inteligência artificial (IA) permitiram que as organizações baseassem suas escolhas em informações concretas e análises preditivas (Andriy Onufriyenko/Getty Images)
CEO e sócio da FESA Group - Colunista Bússola
Publicado em 6 de março de 2025 às 10h00.
Sempre me perguntam se em uma entrevista com um candidato sou capaz de avaliar logo de cara se o colaborador é bom ou não. Eu respondo que sim, em alguns casos, sim. Após milhares de entrevistas, o cérebro acaba sendo treinado para focar no que é necessário e rapidamente fazer as conexões fundamentais para avaliar um profissional. A tomada de decisão sempre foi um dos maiores desafios para gestores e líderes. Para os recrutadores, então, esse desafio é ainda maior, especialmente quando correlacionamos com o impacto que um julgamento errado pode causar na vida de alguém.
No mundo atual, a crescente disponibilidade de dados e a evolução da inteligência artificial (IA) permitiram que as organizações baseassem suas escolhas em informações concretas e análises preditivas. No entanto, a intuição humana continua sendo um elemento essencial, capaz de captar nuances que os dados, por si só, não conseguem fornecer.
O poder da decisão baseada em dados permite que as empresas fundamentem suas escolhas em fatos e estatísticas, reduzindo a incerteza e minimizando erros. Entre os principais benefícios desse modelo estão a precisão e previsibilidade proporcionadas pelo uso de algoritmos avançados, que podem identificar padrões e tendências que passariam despercebidos para um ser humano. A decisão orientada por dados pode e deve reduzir os vieses, permitindo que os gestores evitem tendências emocionais ou subjetivas que comprometem a qualidade da decisão.
Contudo, depender exclusivamente de dados também apresenta riscos. A interpretação errada das informações, dados incompletos ou distorcidos e a falta de um olhar crítico podem levar a escolhas equivocadas.
Já a intuição é um processo cognitivo baseado em experiência, conhecimento prévio e percepções subjetivas. Embora muitas vezes considerada irracional, a intuição tem também seus benefícios, como a rapidez na tomada de decisão em situações de alta pressão, além da capacidade de interpretar fatores subjetivos. Nem tudo pode ser quantificado. Aspectos como cultura organizacional, a motivação da equipe e a percepção do cliente muitas vezes precisam ser considerados de maneira qualitativa.
O ser humano ainda é mais flexível e criativo, e o julgamento humano permite soluções inovadoras que não emergiriam apenas da análise de dados.
O futuro, nem a IA consegue prever. Entretanto, o fato de que a tecnologia ter chegado para auxiliar os profissionais a serem mais produtivos já está comprovado. Use e abuse da conexão homem-máquina; afinal, ela veio para ficar, mas não para te substituir.
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