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Gestores de segurança de dados ganham bem, mas estão acumulando funções, aponta pesquisa

Os investimentos  na área seguem abaixo dos padrões internacionais e os chamados DPOs enfrentam falta de equipe e orçamento, apesar de alta remuneração e maior relevância nas empresas

Mais de 70% das empresas com mais de mil funcionários investem menos de R$ 600 mil por ano em privacidade (Happy Kikky/Getty Images)

Mais de 70% das empresas com mais de mil funcionários investem menos de R$ 600 mil por ano em privacidade (Happy Kikky/Getty Images)

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Publicado em 22 de setembro de 2025 às 13h00.

O DPO, ou Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais, é o principal responsável pela conformidade de uma empresa com a LGPD. A posição está ganhando popularidade, mas os profissionais podem estar sofrendo com a mudança.

  • Apenas 27% dos DPOs atuam exclusivamente na função,
  • 48% acumulam responsabilidades, como na área Jurídica ou Complience

Os dados da pesquisa “Perfil do DPO no Brasil 2025”, da Rede Líderes e Opice Blum Advogados, foram conseguidos a partir de entrevistas com mais de 200 profissionais entre julho e agosto. 

O estudo também descobriu que 69% dos profissionais recebem acima de R$ 10 mil mensais e que esse percentual sobe para 76% no setor de tecnologia

A posição está ficando popular, mas precisa de suporte maior 

O estudo também evidencia um descompasso entre a importância estratégica da função e os recursos destinados a ela:

  • Mais de 70% das empresas com mais de mil funcionários investem menos de R$ 600 mil por ano em privacidade
  • Companhias globais chegam a destinar entre US$ 1 milhão e US$ 7 milhões para a área. 

Outro ponto de atenção é o tamanho das equipes: 22% dos DPOs atuam sozinhos, enquanto 69% contam com times de no máximo cinco pessoas, número distante da média internacional, que varia entre 26 e 31 profissionais dedicados exclusivamente à privacidade.

“A figura do DPO conquistou um espaço estratégico nas empresas, mas ainda precisa de mais autonomia e recursos para que o Brasil se aproxime dos padrões internacionais”, afirma Henrique Fabretti, CEO do Opice Blum Advogados.

Entre os principais desafios relatados pelos entrevistados estão:

  • A falta de equipe – 17%,
  • A escassez de orçamento dedicado – 16%,
  • O acúmulo de funções – 15%. 

A pesquisa também aponta que 14% dos DPOs lidam com uma cultura organizacional pouco sensível ao tema da privacidade, o que dificulta a consolidação de práticas consistentes de proteção de dados.

“O setor de cibersegurança no Brasil ainda é altamente dependente de soluções importadas, caríssimas. Há uma enorme oportunidade para desenvolvermos tecnologia própria”, conclui Vitor Magnani, presidente da Rede Líderes.

 

Acompanhe tudo sobre:cibersegurançaLGPD – Lei Geral de Proteção de Dados

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