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MindFlow: copiar as estratégias dos outros não garante o sucesso das suas metas profissionais

Entenda como descobrir seu perfil de comprometimento pode transformar seus objetivos em resultados mais potentes e fáceis de alcançar

Fazer as coisas acontecerem é sobre conhecer seu próprio manual de operações e usá-lo de forma inteligente (Milena Boniek/Getty Images)

Fazer as coisas acontecerem é sobre conhecer seu próprio manual de operações e usá-lo de forma inteligente (Milena Boniek/Getty Images)

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Publicado em 5 de agosto de 2025 às 10h00.

Por Cecilia Ivanisk, fundadora da Learn to Fly

Você já se perguntou por que algumas pessoas conseguem transformar suas intenções em realidade enquanto outras vivem eternamente "tentando"? Por que alguns finalizam projetos pessoais enquanto outros acumulam listas de "vou fazer um dia"?

A resposta mais óbvia seria: elas têm força de vontade! Mas não é bem assim. O que essas pessoas descobriram é que comprometimento vai muito além de determinação. É sobre ativar as nossas características certas capazes de criar estrutura para alcançar qualquer meta.

Segundo a psicologia, o comprometimento é um traço da nossa personalidade composto por quatro pilares: disciplina, responsabilidade, empenho e esforço para resultado. Cada um de nós tem um nível de desenvolvimento de cada pilar, e é isso que faz com que nossas performances sejam diferentes.

O problema é que muitas vezes tentamos copiar estratégias que funcionam para os outros, sem entender que cada pessoa tem uma combinação única de forças. E se em vez de focar em ter disciplina para realizar um objetivo, você descobrisse qual é a sua forma mais natural de funcionar? Para isso, é preciso entender como cada um dos pilares que formam o comprometimento se manifestam.

Os quatro pilares do comprometimento

  1. Disciplina é nossa capacidade de seguir instruções e convenções sociais. Se esse é seu forte, você é daqueles que consegue manter uma rotina de exercícios mesmo quando está sem vontade, ou que segue um cronograma de projeto religiosamente. Você funciona bem com estruturas e não precisa de supervisão externa para se manter no caminho.

  2. Responsabilidade é nossa capacidade de cumprir compromissos assumidos com outras pessoas. Se esse pilar é bem desenvolvido em você, provavelmente já percebeu que consegue mover montanhas quando sabe que alguém está contando contigo. É diferente da disciplina porque tem esse componente social que te motiva: você cumpre porque valoriza manter sua palavra com o outro.

  3. Empenho é nossa capacidade de se dedicar totalmente quando algo te interessa de verdade. Você já teve aquela experiência de ficar tão envolvido em uma atividade que o tempo simplesmente desapareceu? Isso é flow, um estado onde o desafio da tarefa se equilibra perfeitamente com sua capacidade de executá-la. Nem muito fácil (que gera tédio), nem muito difícil (que gera ansiedade). Quando encontra esse ponto, você se energiza naturalmente no processo e as coisas simplesmente fluem.

  4. Esforço para resultado é sua capacidade de manter qualidade mesmo quando a motivação inicial diminui. Se você é daqueles que terminam séries de 8 temporadas mesmo quando ficam chatas, ou que mantêm a mesma dedicação no final de projetos longos, provavelmente tem esse pilar bem desenvolvido. É o que diferencia quem sustenta performance ao longo do tempo de quem só funciona bem na empolgação do começo.

Como isso funciona na vida 

Pense em duas pessoas querendo melhorar sua comunicação profissional. Uma se inscreve em um curso estruturado, segue cronogramas e horários fixos religiosamente (disciplina como pilar principal). A outra pede feedbacks aos colegas, cria apresentações mensais para a equipe e transforma tudo em compromissos públicos (responsabilidade como motor principal).

Ambas podem levar ao mesmo resultado, mas exigem perfis diferentes. A questão é justamente entender qual estratégia ressoa mais com você e usá-la a seu favor quando traçar metas e objetivos. Quando tentamos forçar os pilares que não são nossos pontos fortes, acabamos frustrados, acreditando que não temos comprometimento com as coisas, quando o problema está na estratégia escolhida e não na nossa capacidade.

Mapeando seu perfil de comprometimento

Para descobrir seus pilares dominantes, reflita sobre estas situações:

Quando você consegue manter consistência sem esforço consciente, o que está presente? Estrutura clara e rotinas? Outras pessoas dependendo de você? Interesse genuíno pelo assunto? Ou a satisfação de completar algo desafiador?

Pense nas últimas vezes que você realmente levou algo importante até o fim. O que facilitou o processo? O que tornou a jornada mais fluida?

Quando você alinha suas estratégias com suas habilidades naturais seus objetivos deixam de depender de motivação externa e passam a fluir de forma natural. 

Então me responda: olhando para seu próximo objetivo, qual pilar você pode usar como alavanca principal? E que ajuste simples você pode fazer hoje para trabalhar a favor das suas características, não contra elas?

Porque, no final, fazer as coisas acontecerem é sobre conhecer seu próprio manual de operações e usá-lo de forma inteligente.

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