Cibersegurança como Serviço ganha popularidade no Brasil (krisanapong detraphiphat/Getty Images)
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Publicado em 3 de setembro de 2025 às 15h00.
Por Paulo Lima*
O Brasil vive atualmente um momento sensível em relação à segurança digital. Nos jornais, vemos semanalmente notícias que indicam aumento dos ataques cibernéticos, que atingem desde pequenos comércios até grandes organizações públicas e privadas. Segundo a pesquisa “Riscos Cibernéticos — A percepção das lideranças brasileiras e práticas adotadas”, realizada pela Grant Thornton e Opice Blum Advogados com 248 empresas brasileiras de diversos portes e setores, 79% delas acreditam que estão mais expostas à invasão digital do que em anos anteriores.
Já um estudo feito pela VULTUS Cybersecurity Ecosystem mostra que as companhias brasileiras terão prejuízo de US$ 394 bilhões (aproximadamente R$ 2,2 trilhões) causado por ataques cibernéticos nos próximos três anos. Carregamos ainda o título de segundo país com mais ataques cibernéticos no mundo, de acordo com o Panorama de Ameaças para a América Latina 2024. Os dados chamam atenção e não deixam dúvidas sobre a necessidade de investir pesado em proteção de dados.
No entanto, muitas organizações ainda enfrentam diversos desafios relacionados à segurança digital, como a falta de equipes técnicas especializadas, orçamentos limitados e pouco conhecimento sobre como implementar soluções eficazes. Nesse cenário, o modelo de Cibersegurança como Serviço (Security as a Service – SECaaS) tem se mostrado uma alternativa mais acessível e estratégica para ampliar o acesso à segurança digital no país.
Inspirado no conceito de software como serviço, o SECaaS oferece às empresas a possibilidade de contratar soluções de proteção de dados por meio de assinaturas mensais ou sob demanda. Isso elimina a necessidade de grandes investimentos iniciais em infraestrutura ou na formação de equipes internas, o que faz sentido especialmente para micro, pequenas e médias empresas. Ou seja, ao invés de criar um departamento com esse foco do zero, as organizações podem contar com parceiros especializados que oferecem desde a prevenção até o monitoramento e a resposta a incidentes.
Outro fator que impulsiona a adoção desse modelo no país é o crescimento do trabalho remoto e dos serviços em nuvem, que, apesar de trazerem novas oportunidades de negócios, também expõem novos pontos de vulnerabilidade nas redes corporativas. Portanto, ao terceirizar a proteção digital para fornecedores confiáveis, as companhias conseguem manter a segurança dos dados e informações altamente confidenciais mesmo em ambientes digitais cada vez mais descentralizados. Além disso, o modelo contribui para a atualização contínua dos sistemas, já que as empresas parceiras assumem o papel de acompanhar ameaças em tempo real e implementar correções de forma ágil e assertiva.
Com isso, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) também tem aumentado a adesão à estrutura de cibersegurança como serviço, visto que reforça a responsabilidade das instituições quanto ao tratamento das informações pessoais de seus clientes, parceiros e colaboradores. Afinal, nenhuma organização quer correr o risco de lidar com multas e danos reputacionais, o que influencia a adoção de medidas concretas de segurança e estimula a busca por soluções prontas, eficazes e acessíveis.
Vale concluir que nos últimos anos houve uma expansão significativa de fornecedores locais e internacionais oferecendo pacotes de segurança personalizáveis. Soluções como firewalls gerenciados, antivírus corporativos, detecção de intrusões, controle de acesso e análise de vulnerabilidades passaram a ser oferecidas como serviço, com suporte 24/7 e escalabilidade. Esse avanço também permite maior previsibilidade de custos, o que facilita o planejamento financeiro das empresas. Portanto, o modelo de Cibersegurança como Serviço traz uma mudança importante na forma como as empresas brasileiras se relacionam com a proteção de dados, e ainda contribui diretamente para a tão importante e necessária maturidade digital do país.
*Paulo Lima é CEO da Skynova, evolução da marca Skymail, empresa referência em soluções de cloud computing, segurança digital, e-mail corporativo e colaboração.