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Opinião: baixo carbono não é o futuro, é o presente, e empresas que entendem isso saem na frente

Essa não é apenas uma pauta ambiental; é uma estratégia de competitividade, gestão de riscos e construção de valor de marca.

 (Getty Images/Getty Images)

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Publicado em 1 de setembro de 2025 às 07h00.

*Por Livia Moraes

No Brasil, as mudanças climáticas já deixaram de ser um tema distante para se tornar um fator determinante nas decisões de negócios, investimentos e até nos hábitos de consumo. Cada escolha sobre como produzimos, transportamos e utilizamos energia pode acelerar, ou atrasar, a transição para uma economia de baixo carbono.

Essa não é apenas uma pauta ambiental; é uma estratégia de competitividade, gestão de riscos e construção de valor de marca. Empresas de diferentes setores já entenderam que sustentabilidade e eficiência caminham juntas e que agir agora é mais vantajoso do que reagir depois.

A Panvel é um exemplo de como essa consciência pode ser traduzida em resultados concretos. Ao migrar parte de seu consumo para o mercado livre de energia e priorizar fontes renováveis, no caso, a energia hídrica, a rede não só ganhou previsibilidade e reduziu custos, mas também conseguiu cortar 14,71% das emissões de escopo 2 em 2024, contribuindo para uma queda geral de 34,65% nas emissões totais. Esses números não são apenas indicadores internos: representam menos gases de efeito estufa na atmosfera e mais um passo em direção a metas globais de descarbonização.

Mas energia é apenas uma parte da equação. A logística, por exemplo, é um dos principais vetores de emissões — e aqui também há espaço para inovação. A Panvel investiu em entregas de última milha com triciclos elétricos, que evitaram a emissão de 33 toneladas de CO₂ em apenas um ano. É uma mudança que reduz impacto ambiental, melhora a experiência do cliente e ainda contribui para a mobilidade urbana, provando que práticas sustentáveis podem gerar múltiplos benefícios.

Esse movimento, no entanto, ainda está longe de ser regra. Parte disso se deve ao desconhecimento sobre as vantagens do mercado livre de energia, que permite contratar fontes renováveis de forma competitiva. Outra parte está na ausência de métricas claras: o que não é medido, não é gerido e, portanto, não é priorizado. Além disso, há um fator cultural: enquanto algumas empresas já incorporaram a agenda climática como parte de sua estratégia de negócio, outras ainda a tratam como um custo ou uma ação isolada de marketing.

Para mudar esse cenário, é preciso ação coordenada. Reguladores podem simplificar o acesso a contratos de energia limpa e criar incentivos à eletrificação de frotas e à eficiência energética. Consumidores podem pressionar e valorizar marcas que assumem compromissos ambientais claros e mensuráveis. E o setor privado, independentemente de sua área de atuação, pode entender que essa transição não é uma obrigação futura, mas uma oportunidade presente.

O futuro de baixo carbono não será construído apenas com metas para 2050 ou discursos em conferências internacionais. Ele nasce das decisões tomadas agora, na escolha de fornecedores, no desenho da logística, na origem da energia que mantém as operações vivas. Cada decisão pode parecer pequena, mas somadas, elas mudam a escala do problema. E mostram que o futuro que queremos não se constrói com intenções, e sim com ações concretas, mensuráveis e replicáveis.

*Livia Moraes é diretora de Pessoas, Cultura e Sustentabilidade da Panvel.

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