Bússola

Um conteúdo Bússola

Opinião: planejamento é o que separa as PMEs que crescem das que sobrevivem

É preciso deixar o pensamento de empregado e abraçar o de empreendedor

Planejamento estratégico é a chave para o crescimento das penquenas e médias empresas  (whyframestudio/Getty Images)

Planejamento estratégico é a chave para o crescimento das penquenas e médias empresas (whyframestudio/Getty Images)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 15h00.

Por Julio Amorim* 

Planejar é muito mais do que uma ferramenta de gestão. É um verdadeiro instrumento de transformação. O ato de planejar dá direção, cria propósito e transforma boas intenções em ação. 

Pequenas e médias empresas que estruturam seus planos e pensam de forma antecipada passam a enxergar riscos e oportunidades com clareza, mudando completamente seus resultados. 

Planejar é o ponto de virada entre sobreviver e crescer

Há uma diferença clara entre quem planeja para sobreviver e quem planeja para crescer. O primeiro pensa como empregado, buscando apenas se proteger e evitar erros. 

O segundo pensa como empreendedor, disposto a correr riscos calculados, criar soluções e moldar o mundo ao seu propósito. Essa diferença está na mentalidade. Crescer exige coragem, atitude e visão de futuro. 

Quem busca resultados extraordinários não se acomoda: age e transforma desafios em oportunidades. 

O erro mais comum das pequenas e médias empresas ao planejar o crescimento é a falta de análise profunda do cenário em que estão inseridas. 

Muitas ignoram o próprio segmento, desconhecem seu potencial e deixam de avaliar ameaças e oportunidades de forma objetiva. Quando isso acontece, as decisões são tomadas com base em achismos e o crescimento se torna instável. 

Planejar é enxergar o todo, entender o contexto e agir com base em diagnósticos precisos.

O maior desafio é dar o primeiro passo

Curiosamente, o que mais impede um empreendedor de planejar não é falta de tempo, de conhecimento ou o excesso de urgência. O verdadeiro bloqueio está em não dar o primeiro passo, em não compreender que o planejamento é capaz de transformar a realidade da empresa.

Muitos sabem da importância de planejar, mas não agem. Existe também um equívoco recorrente entre as PMEs, que é a crença de que o planejamento é algo reservado às grandes corporações. 

Tal pensamento é um erro que custa caro. Planejar não é luxo, é necessidade. Sem isso, o crescimento se torna mais difícil e arriscado. 

Empresas que não estruturam seus planos acabam fazendo parte das altas taxas de mortalidade nos primeiros anos de operação. Começar pequeno, mas planejar grande, é o que diferencia quem sobrevive de quem cresce de verdade. 

Muitos negócios vivem em constante improviso, sempre reagindo a problemas em vez de preveni-los. A rotina de apagar incêndios é um dos principais vilões da produtividade. 

O planejamento é o antídoto para esse caos, pois permite antecipar cenários, definir prioridades e transformar reação em ação consciente. É o que separa empresas que correm atrás do prejuízo daquelas que constroem resultados consistentes.

Mas para planejar estrategicamente, o líder também precisa se transformar

É necessário desenvolver disciplina, visão de longo prazo e coragem para tomar decisões difíceis. O verdadeiro líder entende que cada escolha tem impacto direto no futuro da empresa. 

Ele aprende com erros, conhece suas limitações e potencializa suas forças. A mudança pessoal é tão importante quanto o plano em si, porque empresas só se transformam quando seus líderes também se transformam.

E para tudo isso não se deve esperar o momento ideal, porque ele simplesmente não existe. O momento certo é agora. Empresas que adiam o planejamento descobrem tarde demais que as decisões críticas não podem ser improvisadas. 

Em um cenário cada vez mais competitivo e imprevisível, planejar é uma questão de sobrevivência. Permite antecipar crises, aproveitar oportunidades e garantir uma execução consistente. 

Mais do que uma ferramenta de controle, o planejamento é um processo que cria alinhamento e cultura de execução

Definir planos de ação claros, responsáveis e prazos gera comprometimento e responsabilidade. As equipes entendem o impacto de suas ações, o retrabalho diminui e a eficiência aumenta. 

O resultado é uma cultura de entrega e melhoria contínua, em que o planejamento deixa de ser teoria e se torna prática diária.

A verdade é que quem não planeja abdica do controle do próprio destino

É como entrar em um avião sem plano de voo ou dirigir sem destino. Se você não sabe aonde quer chegar, qualquer lugar serve, mesmo que não seja o desejado. O desconforto dessa constatação é o primeiro passo para a mudança. Planejar é assumir o comando da própria jornada.

E é importante desfazer um mito: planejar não é complicado, nem burocrático. Quando feito de forma estruturada e clara, o planejamento se torna prazeroso, porque revela o progresso e estimula a melhoria contínua. 

Resultados geram motivação, e ajustes bem-feitos fortalecem o aprendizado. O ciclo de planejar, agir e revisar cria consistência e transforma intenções em resultados reais.

Mais do que tudo, o planejamento é um ato de coragem, visão e protagonismo. Que este seja o convite para que você dê o primeiro passo hoje. Planeje, aja e transforme sua empresa, sua equipe e sua história. Quem escolhe planejar escolhe vencer.

*Julio Amorim é CEO da Great Group, especialista em planejamento e autor do livro "Escolha Vencer: Criando o Hábito de Conquistar Sonhos e Objetivos”. 

 

Acompanhe tudo sobre:EmpreendedorismoPlanejamento

Mais de Bússola

95% das iniciativas de IA falham — modelos especializados podem ser a solução

Opinião: somente unindo RH e TI teremos uma gestão corporativa pronta para a IA

No Brasil, líder no ranking de turnover, 1 em cada 3 trabalhadores está insatisfeito com benefícios

Governança corporativa deixou de ser exigência legal para virar motor de diferenciação estratégica